Hino a Isis


Hino a Isis

de 

Porque sou eu a primeira e a última


Eu sou a venerada e a desprezada
Eu sou a prostituta e a santa
Eu sou a esposa e a virgem
Eu sou a mãe e a filha
Eu sou os braços da minha mãe
Eu sou estéril, e os meus filhos são numerosos
Eu sou a bem casada e a solteira
Eu sou a que dá à luz e a que jamais procriou
Eu sou a consolação das dores de parto
Eu sou a esposa e o esposo
E foi o meu homem quem me criou
Eu sou a mãe do meu pai
Sou a irmã do meu marido
E ele é meu filho rejeitado
Respeitem-me sempre
Porque eu sou a escandalosa e a magnífica



Hino a Ísis, século III ou IV (?), descoberto em Nag Hammadi

Confissão a MAAT

Confissão a Maat

“Glória a Ti, Ó Grande Deus, Mestre de toda Verdade! Venho à Tua presença,

Ó meu Deus, para diante de Ti tomar consciência de Teus decretos.  

Eu Te conheço e comungo contigo e com Tuas Quarenta e Duas leis que habitam contigo nesta Câmara de Maat...

E nessa verdade que venho comungar contigo, e Maat está em meu pensamento e em minha alma. 

Por ti destruí a maldade. 

Não fiz nenhum mal à humanidade. 

Não oprimi os membros de minha família. 

Não forjei o mal em lugar da Justiça e da Verdade. 

Não convivi com homens indignos. 
Não pedi para ser considerado o primeiro. 

Não obriguei pessoa alguma a um trabalho excessivo em meu favor. 

Não apresentei meu nome para ser objeto de honrarias. 

Não espoliei os pobres tomando seus bens. 

Não fiz homem algum passar fome. 

Não fiz ninguém chorar. 

Não infligi qualquer sofrimento a um homem ou animal. 

Não espoliei nenhum templo de suas oblações. 

Não adulterei nenhum padrão de medida. 

Não invadi os terrenos de outros. 

Não roubei terras. 

Não adulterei os pesos da balança para enganar o vendedor. 

Não falsifiquei a indicação do ponteiro para enganar o comprador. 

Não tirei o leite da boca das crianças.

Não desviei a água de onde ela devia correr. 

Não apaguei a chama quando ela devia queimar. 

Não repeli Deus em Suas manifestações.” 

 “Sou puro! Sou puro! Sou puro! 

Minha pureza é a pureza da Divindade do Templo Sagrado. 

Por isso o mal não me acometerá neste mundo, eis que conheço as leis de Deus que são Deus. 

Cro-Maat!

Que prevaleça a verdade!!!
Boa Meditação! 

Relacionamentos

Em geral não posto nada longo; mas este vale...


Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que, os casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: Há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol.
Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.
Explico-me.
Para começar, uma afirmação de Nietzsche com a qual concordo inteiramente.
Dizia ele: “Ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: Você crê que seria, capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice”?
Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.
Sheerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme “O Império dos Sentidos”.
Por isso, quando o sexo já estava morto na cama e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites.
O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fosse música.
A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer.
Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ”Eu te amo...”
Barthes advertia: “Passada a primeira confissão, “eu te amo” não quer dizer mais nada. É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética”.
Recordo a sabedoria de Adélia Prado: “Erótica é a alma”.
O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola.
Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua “cortada”, palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar.
O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o  jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo.
Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.
O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca.
Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la.
Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui, ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra, pois o que se deseja é que ninguém erre. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...
A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras.
Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá...
Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada.
Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão...
O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento.
Aqui, quem ganha sempre perde.
Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração.
O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor...
Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...

RUBEM ALVES
educador, escritor, psicanalista e professor emérito da Unicamp.

Boa Meditação
Quiron - FRC

Depois dos 40

Já conhecia o texto, e nem sei se já não postei aqui... mas merece Bis

Coisas que a vida ensina depois dos 40
Artur da Távola

Amor não se implora, não se pede não se espera...
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para
mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que
abrem portas para uma vida melhor.
O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções,
destrói preconceitos,
cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente...


Boa Meditação
Quiron - FRC

Cavaleiro Rosacruz

Cavaleiro R+C

Quisera ter o dom de saber usar a palavra, 
esgrimindo-a como verdadeiro cavaleiro.
poder vestir-me com a armadura da virtude,
e ter como manto, a capa da coragem.

Quisera ter o dom de saber usar a palavra,
para que ela ajude a quem precisar de auxílio.
poder calar, quando a raiva passageira me atar,
e lutar, mesmo que a morte seja o meu fim.

Quisera ter o dom de saber como lutar, 
para que a morte se transforme numa vitória.
encontrando o caminho da virtude da luz e da paz,
e através de nossos mistérios, chegar à dignidade.

Quisera ter o dom de conhecer meus limites,
para poder morrer para os vícios, erros e paixões.
renascer no amor e na verdade que dignificam, 
e praticar no dia a dia as virtudes que sublimam.

Quisera ter o dom de guiar-me pela razão e pela fé.
a razão que trata do que pode ser demonstrado.
a fé que vem de dentro de nós, que rege o intangível,
e juntos indicam ao homem a sua vereda. 

Quisera ter o dom de trilhar o caminho da luz.
a cruz representando a parte material do eu.
a rosa representando a alma do homem,
e entender a R + C no seu simbolismo e alegoria.

Quisera ter o dom da prudência e da coragem,
nunca ser temerário ou subserviente, mas obediente.
poder escutar a voz da consciência e seguir a razão,
e cultuar o trabalho, para d'ele extrair a sabedoria.


 Se puder, confira a biblioteca de Quiron no botão abaixo e ajude o Blog.


A tortura do Espelho

Caros Amigos,
Reproduzo hoje um texto de André Lima , Instrutor de EFT.


O Espelho,  ver o nosso defeito no outro incomoda muito
Acho que a maioria das pessoas já ouviu dizer que, quando temos algo que não aceitamos em nós, e vemos esse defeito em outra pessoa, isso nos causa um incomodo intenso. E muitas pessoas vão externar esse incomodo atacando o outro, criticando, julgando.
Há quem fale até que tudo, absolutamente tudo, que você não gosta em outra pessoa, tudo que você critica, é exatamente um defeito que você tem. O outro é apenas um espelho seu, refletindo o que você não gosta em si mesmo.
Esse é um ponto de vista interessante. Acredito que a necessidade de criticar e julgar o outro, nem sempre é porque carregamos o mesmo defeito, mas certamente está diretamente ligada a questões de autoestima que nós temos. Já escrevi um texto que fala sobre "O que nos leva a falar mal dos outros":
 A necessidade de se elevar, de se sentir superior levando a uma irresistível vontade de falar dos defeitos alheios como se disséssemos "eu sou melhor do que fulano que tem tal defeito".  
Quero também dizer que quando eu escrevo esses textos e falo sobre esses temas, me baseio em análises que faço do meu próprio comportamento inclusive, dos meus defeitos, e não só de defeitos de clientes e outras pessoas. Algumas pessoas lêem o que eu escrevo, e as vezes tem a impressão de que tenho algo de mais elevado ou "espiritualizado" por enxergar essas coisas. Impressão equivocada... 
Mas vamos voltar a teoria do espelho. Certamente é verdade que quando vemos o nosso defeito no outro, o incômodo é grande.. Ainda mais quando esse defeito está semi consciente ou inconsciente, ou quando é algum defeito que tentamos reprimir, mas que no nosso intimo está latente. Hum... quando vemos no outro, sentimos raiva, vontade de falar mal, pensamentos de julgamento vem a tona. Algumas pessoas expressam, outras não.
Vemos uma pessoa muito julgadora, e aí falamos: fulano é muito critico, muito julgador. E o que estamos fazendo ao fazer esse comentário? Julgando e criticando, exatamente o defeito que apontamos no outro.
O que não gostamos no outro, certamente revela coisas muito importantes a nosso respeito. Sempre que estou aplicando terapia de EFT em alguém, pergunto aos clientes as pessoas que mais a incomodam. Nossa! Como surge material para trabalhar, que revela defeitos do cliente que ele não aceita, alem de varias outras questões de autoestima.
O interessante é que alguns clientes falam "mas eu não quero falar de fulano, ou tratar fulano na terapia". Sentem como se fosse uma perda de tempo. Estão pagando para "tratar" de outra pessoa. Mas o que sempre explico é que, falar do outro é falar de si mesmo. Você está na verdade, falando dos sentimentos que VOCÊ SENTE ao falar do outro. Então, estamos tratando 100% você, e não a outra pessoa.
Tive um exemplo assim recentemente. A cliente falava sempre da sogra: ela é julgadora, desdenha dos outros, acha que sabe tudo e etc.... Ela tinha resistência em falar dela durante a sessão de EFT, pois sempre dizia sentir como se perdesse tempo, que valia a pena "falar dela".
Depois de tratarmos a raiva em várias sessões, ela mesma chegou a conclusão e falou "nossa, tudo isso só eu que carrego: eu sou julgadora, eu desdenho, eu acho que sei de tudo...". Fico bem claro e consciente teve um efeito terapêutico excelente.
E como é difícil lidar com pessoas difíceis, e como é difícil lidar com a critica. Essas situações e pessoas trazem a tona nossos defeitos mais profundos. Por isso é tão importante dar atenção ao que você sente ao lidar com essas situações. Se você sentiu algo de negativo, se você se incomodou, então o problema é seu, e não do outro, (mesmo que a pessoa tenha criticado você ou tenha sido desagradável). Ai você revida, e outro se sente incomodado – também é problema dele, de autoestima, por isso que se incomodou.
Vejam este caso que ocorreu comigo recentemente. Uma pessoa leu um texto meu e eu recebi este email que dizia assim:
"André Lima - EFT Practitioner, Terapeuta Holístico, Mestre de Reiki e Engenheiro"
Meu caro André Lima
Para quê, ou melhor, por quê, o inglesismo "Practitioner" no meio de tanto portuguesismo – terapeuta, Mestre de..., engenheiro?
É MANIA MESMO DE SE METER A "BESTA" COMO SE DIZ AQUI NO CEARÁ.
HAJA COERÊNCIA NO QUE SE ESCREVE…
E O SENHOR NÃO DEMONSTRA QUALQUER COERÊNCIA…
HAJA TAMBÉM PACIÊNCIA PARA TANTA PETULÂNCIA…
 
Um leitor atento
(nome suprimido)
PS. – minha mulher está aqui a segredar-me que isso é "coisa de gentinha"…E é…e é…"
Pois bem, o que leva alguém a criticar outra pessoa assim? Dificil ter certeza. Mas respondi:
"Olá,
 
 Certamente, algumas pessoas devem me julgar por vários motivos: minha gramática e ortografia é imperfeita, meu jeito de escrever não agrada a 100%, e outras coisas mais...
O mais importante, no meu ponto de vista, é o trabalho que eu faço, e que a maioria das pessoas sentem-se satisfeitas, dão um retorno positivo dos textos, e do trabalho terapêutico que faço. E é isso que me move cada vez mais. Julgamentos e criticas, sempre vão existir. E quanto mais o meu trabalho cresce, maior a chance de receber um email como esse seu. Mas isso faz parte.
 Me pego muitas vezes julgando outras pessoas, e quando percebo, em parte são meus defeitos que estou projetando no outro e por isso que me incomodo.
 Talvez, tudo que vc esteja dizendo e vendo a meu respeito (sem me conhecer nem um pouco), sejam defeitos que vc tem e não gosta em vc – petulância, metido a besta, julgador (quando fala de forma tão pejorativa "coisa de gentinha") e etc... ou talvez não... Vou aproveitar e escrever um texto sobre esse tema.
  
Obrigado por compartilhar sua opinião.
 Abraços,
 André"
 
Bem, o que acontece é o seguinte. O leitor, por questões próprias de autoestima, ou sei por lá quais motivos que não me cabe julgar, tem a necessidade de mandar um email desagradável. Eu leio o email, e como também tenho minhas questões de autoestima, me sinto incomodado, com raiva e com vontade de dar uma resposta (uma lição).
Mas por que isso? Se eu estiver 100% seguro de mim mesmo, não deveria sentir nada. Iria apenas observar, ler, e aceitar o que foi dito sem que isso me incomodasse. E se fosse assim, talvez eu nem respondesse nada, ou quem sabe (como costumo responder a todos os emails, sejam críticos ou não), eu poderia concordar em parte com ele sobre a uso de estrangeirismos titulos e nomes, que talvez aquilo denotasse uma insegurança minha. Ponto final.
Depois desse email ele me respondeu, mais suave, reconhecendo algo, mais ainda também com certas criticas... Enfim resolvi então escrever apenas me desculpando pela forma como respondi a primeira vez,   que também certamente foi julgadora (apesar de ter sido uma resposta suave) e no intimo tinha uma intenção de provar algo, dar uma lição, fazer o outro ficar com raiva também.
Bem, e o que tudo isso ensina? Quando não gostamos de alguém, quando falamos mal de alguém, o quando nos sentimos incomodados com o jeito de ser, escrever, olhar, ou com comentários e criticas, isso significa, 100% das vezes, que o problema está em nós mesmos, na nossa autoestima. Talvez sejam defeitos que a gente tenha, talvez estejamos inseguros do que somos, talvez estejamos com inveja, ciúmes, etc... Ou seja, se você se incomodou, quem precisa se trabalhar, é você! Pra tudo isso, tem EFT pra ajudar.

Os Simbolos


Símbolos são metáforas. 
Subentendem um conteúdo que não pode ser assimilado pela razão.A linguagem simbólica assemelha-se à poesia e presta-se muitas vezes a funcionar como substitutivo do real, se é que se

pode opor o real ao imaginário.
Em vez de opostos, prefiro pensá-los complementares. 
Trabalhar com símbolos é infinitamente mais rico que trabalhar com idéias e sistemas. 
Não há razão que não deva a um símbolo seu poder de persuasão. 
Não há processo que não possa ser reduzido a uma alegoria, e me pergunto que escritor poderia dizer mais em palavras do que disse Bosch em seus quadros ou mesmo Botticelli nos seus. 
E ainda mais impressionante que ler os símbolos, cujas chaves todos possuímos, é encontrar-lhes o avesso e fazer a leitura da própria linguagem. Esta seria, não a arte simplesmente, mas a arte de criar outras artes. 
A Arte Real.


Vossos Filhos


"Vossos filhos não são vossos filhos,

são os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.

Vêm através de vós, mas não de vós.

E embora vivam convosco, não vos pertencem.

Podeis outorgar-lhes vosso amor,

mas não vossos pensamentos.

Porque eles têm seus próprios pensamentos.

Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;

Pois suas almas moram na mansão do amanhã,

que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.

Podeis esforçar-vos por ser como eles,

mas não podem fazê-los como vós,

Porque a vida não anda para trás

e não se demora com os dias passados.

Vós sois os arcos dos quais vossos filhos

são arremessados como flechas vivas.

O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito

e vos estica com toda a sua força

para que suas flechas se projetem rápido e para longe.

Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria;

Pois assim como Ele ama a flecha que voa,

ama também o arco que permanece estável."


Gibran Kahlil Gibran

Manual de subir montanhas

Hoje transcrevo na íntegra um Post do Paulo Coelho no seu Blog.
Em geral ponho links para o Blog dele mas este texto achei tão bom que quero poder guarda-lo comigo;
Mas que fique clara a autoria!


A] Escolha a montanha que deseja subir: não se deixe levar pelos comentários de outros, dizendo "aquela é mais bonita", ou "esta é mais fácil". Você irá gastar muita energia e muito entusiasmo para atingir seu objetivo, portanto é o único responsável, e deve ter certeza do que está fazendo.

B] Saiba como chegar diante dela: muitas vezes, a montanha é vista de longe – bela, interessante, cheia de desafios. Mas quando tentamos nos aproximar, o que acontece? As estradas a circundam, existem florestas entre você e e seu objetivo, o que aparece claro no mapa é difícil na vida real. Portanto, tente todas os caminhos, as trilhas, até que um dia você está em frente ao topo que pretende atingir.

C] Aprenda com quem já caminhou por ali: por mais que você se julgue único, sempre alguém teve o mesmo sonho antes, e terminou deixando marcas que podem facilitar a caminhada; lugares onde colocar a corda, picadas, galhos quebrados para facilitar a marcha. A caminhada é sua, a responsabilidade também, mas não se esqueça que a experiência alheia ajuda muito.

D] Os perigos, visto de perto, são controláveis: quando você começa a subir a montanha dos seus sonhos, preste atenção ao redor. Há despenhadeiros, claro. Há fendas quase imperceptíveis. Há pedras tão polidas pelas tempestades, que se tornam escorregadias como gelo. Mas se você souber onde está colocando cada pé, irá notar as armadilhas, e saberá contorna-las.

E] A paisagem muda, portanto aproveite: claro que é preciso ter um objetivo em mente – chegar ao alto. Mas à medida que se vai subindo, mais coisas podem ser vistas, e não custa nada parar de vez em quanto e desfrutar um pouco o panorama ao redor. A cada metro conquistado, você pode ver um pouco mais longe, e aproveite isso para descobrir coisas que ainda não tinha percebido.

F] Respeite seu corpo: só consegue subir uma montanha quem dá ao corpo a atenção que merece. Você tem todo o tempo que a vida lhe dá, portanto caminhe sem exigir o que não pode ser dado. Se andar depressa demais, irá ficar cansado e desistir no meio. Se andar muito devagar, a noite pode descer e você estará perdido. Aproveite a paisagem, desfrute a água fresca dos mananciais e das frutas que a natureza generosamente lhe dá, mas continue andando.

G] Respeite sua alma: não fique repetindo o tempo todo "eu vou conseguir". Sua alma já sabe isso, o que ela precisa é usar a longa caminhada para poder crescer, estender-se pelo horizonte, atingir o céu. Uma obsessão não ajuda em nada a busca do seu objetivo, e termina por tirar o prazer da escalada. Mas atenção: tampouco fique repetindo "é mais difícil do que eu pensava", porque isso o fará perder a força interior.

H] Prepare-se para caminhar um quilômetro a mais: o percurso até o topo da montanha é sempre maior do que o que você está pensando. Não se engane, há de chegar o momento em que o que parecia perto ainda está muito longe. Mas como você se dispôs a ir além, isso não chega a ser um problema.

I] Alegre-se quando chegar ao cume: chore, bata palmas, grite aos quatro cantos que conseguiu, deixe que o vento lá em cima (porque lá em cima está sempre ventando) purifique sua mente, refresque seus pés suados e cansados, abra seus olhos, limpe a poeira do seu coração. Que bom, o que antes era apenas um sonho, uma visão distante, agora é parte da sua vida, você conseguiu.

J] Faça uma promessa: aproveite que você descobriu uma força que nem sequer conhecia, e diga para si mesmo que a partir de agora irá usa-la pelo resto de seus dias. De preferência, prometa também descobrir outra montanha, e partir para uma nova aventura.

L] Conte sua história: sim, conte sua história. Dê seu exemplo. Diga a todos que é possível, e outras pessoas então sentirão coragem para enfrentar suas próprias montanhas.


Boa Meditação
Quiron - FRC

Oração Anti-rabugise

Oração para não ficar rabugento(a)

 


Ó Senhor, tu sabes melhor do que eu que estou envelhecendo a cada dia. Sendo assim,


Senhor, livra-me da tolice de achar que devo dizer algo, em toda e qualquer ocasião.
 
Livra-me, também, Senhor, deste desejo enorme que tenho de querer pôr em ordem a vida dos outros.

Ensina-me a pensar nos outros e a ajudá-los, sem jamais me impor sobre eles, mesmo considerando com modéstia a sabedoria que acumulei e que penso  ser uma lástima não passar adiante.

 Tu sabes, Senhor, que desejo preservar alguns amigos e uma boa relação com os filhos e que só se preserva os amigos e os filhos quando não há intromissão na vida deles.

Livra-me, também, Senhor, da tolice de querer contar tudo com detalhes e minúcias e dar asas à minha imaginação - para voar diretamente ao ponto que interessa.

Não me permita falar mal de alguém. Ensina-me a fazer silêncio sobre minhas dores e doenças. Elas estão aumentando e, com isso, a vontade de descrevê-las vai crescendo a cada ano que passa.

Não ouso pedir o dom de ouvir com alegria a descrição das doenças alheias; seria pedir muito. Mas, ensina-me, Senhor, a suportar ouvi-las com paciência.
Ensina-me a maravilhosa sabedoria de saber que posso estar errado em algumas ocasiões. Já descobri que pessoas que acertam sempre são maçantes e desagradáveis.

Mas, sobretudo, Senhor, nesta prece de envelhecimento, peço: Mantenha-me o mais amável possível.
Livrai-me de ser santo.  É difícil conviver com santos!

Mas um velho(a) rabugento (a), Senhor, é obra prima do diabo! Poupe-me, por misericórdia.
E proteja-me contra os mal intencionados....

Assim seja! Amém !!!

 

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