A Águia Bicéfala do REAA

 A Águia Bicéfala do REAA

Traduzido de: Universal Freemasonry


A característica mais ornamental, para não dizer a mais magnífica da Insígnia do Conselho Supremo, 33° do Rito Antigo e Aceito [Escocês], é a Águia de Duas Cabeças, encimada por uma Coroa Imperial. Este símbolo parece ter sido adotado algum tempo após 1758 pelo grupo conhecido como os imperadores do Oriente e do Ocidente: um título bastante pretensioso. 

Esta parece ter sido sua primeira aparição em conexão com a Maçonaria, mas a história dos Altos Graus foi sujeita a tal confusão que é difícil ter certeza sobre qualquer afirmação feita a respeito deles. A partir deste Conselho de imperadores, ou pela influência deles, a Águia de Duas Cabeças veio para os “Soberanos Príncipes Maçons” do Rito de Perfeição. Este Rito de Perfeição com seus Vinte e Cinco Graus foi ampliado em 1801, em Charleston, EUA, no Rito Antigo e Aceito de Trinta e Três Graus, com a Águia de Duas Cabeças como seu emblema mais distinto.

Quando este emblema foi adotado pela primeira vez pelos Altos Graus, ele já estava em uso como símbolo de poder por cerca de cinco mil anos. Nenhum símbolo heráldico, nenhum dispositivo emblemático em uso hoje pode ostentar tamanha antiguidade. Estava em uso mil anos antes do Êxodo do Egito e mais de dois mil anos antes da construção do Templo do Rei Salomão.

A história de nossa águia foi contada pelo eminente assiriologista, M. Thureau Dangin, no volume Zeitschriftfür Assyrliologie, de 1904. Entre as descobertas mais importantes que  devemos ao falecido M. de Sarzec, estão dois grandes cilindros de terracota, cobertos com muitas centenas de linhas de caracteres cuneiformes arcaicos. Esses cilindros foram encontrados nos montes de tijolos de Tello, que foi identificada, com certeza, como a cidade de Lagash (ou Lagaxe), o centro dominante do sul da Babilônia, antes que Babilônia tivesse imposto seu nome e governo ao país. Os cilindros estão agora no Louvre e foram decifrados por M. Thureau Dangin, que exibe aos nossos olhos maravilhados um emblema de poder que já tinha séculos de idade quando a Babilônia deu seu nome à Babilônia

O cilindro em questão é um Registro de Fundação, depositado por um certo Gudea, Governante da Cidade de Lagash, para marcar a construção de um Templo, por volta do ano 3000 a.C., data mais aproximada que se consegue precisar. O Registro de Fundação foi depositado assim como nossas medalhas, moedas e placas metálicas são depositadas hoje, quando uma Pedra Angular é colocada com Honras Maçônicas. Deve-se ter em mente que, neste caso, a palavra Pedra angular só pode ser empregada no sentido convencional (de pedra fundamental), pois na Babilônia, todos os edifícios, templos, palácios e torres semelhantes foram construídos de tijolo. Mas o costume de fazer depósitos de fundação era geral, qualquer que fosse o material de construção, e agora veremos quais funções são atribuídas, por outro eminente estudioso, à Câmara de Fundação do Templo do Rei Salomão.

O conteúdo da inscrição é de extremo valor para o erudito oriental, mas pode ser brevemente descartado para nosso presente propósito.

Basta dizer que o rei começa recitando que uma grande seca havia caído sobre a terra. “As águas do Tigre”, diz ele, “baixaram e o estoque de forragem escasseou nesta minha cidade”, de modo que ele temeu que fosse uma punição dos Deuses, devido a pecados de seu povo. O leitor familiarizado com os métodos babilônicos que permeiam os Livros do Cativeiro, não ficará surpreso ao saber que o Rei teve um sonho, no qual a vontade dos Deuses foi revelada por intervenção e interlocução direta e pessoal. 

No sonho, veio ao Rei "um Homem Divino, cuja estatura ia da terra ao céu, e  em cuja cabeça havia uma coroa de um Deus encimado pelo Pássaro da Tempestade que estendia suas asas sobre Lagash e sua terra." Este Pássaro da Tempestade,  era ninguém menos que nossa Águia de Duas Cabeças, era o Totem, como etnólogos e antropólogos o chamam, da poderosa Cidade Suméria de Lagash, e ostentava orgulhosamente o emblema visível de seu poder e domínio.

Esta Águia de Duas Cabeças de Lagash é o mais antigo escudo real do mundo. Com o passar do tempo, passou dos sumérios para os homens de Akhad, dos homens de Akhad para os hititas, dos habitantes da Ásia Menor para os sultões seljukianos, de quem foi trazido pelos cruzados aos imperadores do Oriente e Ocidente, cujos sucessores hoje são os Habsburgos e os Romanoffs, bem como os “Imperadores do Oriente e do Ocidente” maçônicos, cujos sucessores hoje são os Conselhos Supremos, 33°, que herdaram a insígnia do Rito de Perfeição.

Este é o caminho dos sucessivos vôos que levaram a Águia de Duas Cabeças do Tigre ao Danúbio e ao Neva. Mas é bem possível que, quando os guerreiros medievais trouxeram para casa o Pássaro da Tempestade, eles o traziam pela primeira vez. Dissemos que Lagash era o centro de um povo sumério no ano 3000 a.C. Foi estabelecido que os sumérios eram um povo iraniano, bastante distinto dos guerreiros de Akhad, que eram de descendência semita. 

Algum tempo depois do ano 2800 a.C., os homens de fogo de Akhad expulsaram os iranianos, e a Babilônia tornou-se, para todos os efeitos, um reino semítico para a época. Os sumérios parecem ter seguido a linha iraniana de migração para o oeste e, muito provavelmente, trouxeram com eles a lembrança de seu pássaro guardião dos tempos antigos. Consequentemente, o pássaro da tempestade da Mesopotâmia, com sua dupla cabeça e asas estendidas, pode não ter parecido totalmente estranho para os eslavos, ou teutões, ou os celtas cuja ancestralidade obscura pode ter vivido ao lado do Tigre. O emblema pode ter apelado a alguma herança vaga subconsciente do tipo que os psicólogos modernos estigmatizam como vestígios de retro-reminiscência ou inconsciente coletivo. 

Voltando ao texto do cilindro inscrito, concluímos que o Deus do Pássaro da Tempestade ficou satisfeito com a promessa do Rei de construir um Templo para ele e, em resposta à petição do Rei, inspirou a ele e a seus construtores com um plano realmente "celestial". A alegação de uma "origem celestial"  semelhante é atribuída, comumente, aos templos mais magníficos do Antigo Oriente; por exemplo, para o grande Templo de Hórus em Edfu, construído pelo Faraó, sob inspiração direta do "deus" Im-Hotep (na verdade um engenheiro muito prestigiado).

Mas esta revelação particular a Gudea é digna de nota, porque as circunstâncias da revelação têm uma forte semelhança com a divulgação das dimensões do Tabernáculo a Moisés no Monte Sinai, conforme descrito em Êxodo. O texto cuneiforme é oportunamente ilustrado neste ponto pela descoberta de uma bela estátua de basalto de Gudea, enterrada por séculos nos mesmos montes de Lagash. 

Ele é representado na postura sentada comum às estátuas orientais dos Grandes Monarcas, e ele segura sobre os joelhos o que agora é claramente visto como uma tábua de desenhista, com o desenho do templo inscrito nela, enquanto ao redor estão as ferramentas e o cinzel do gravador: o paralelo é claro com a tábua de traçar esquadro e compasso de hoje. A cena tem uma semelhança indefinível com os frontispícios com os quais os gravadores do século XVIII costumavam decorar  livros semelhantes.

A inscrição cuneiforme segue descrevendo a cerimônia de lançamento da pedra fundamental, com mil detalhes de valor inestimável para o arqueólogo, mas de forma alguma relacionada à história da Águia de Duas Cabeças.

Essas coisas aconteceram, sob as asas do Pássaro da Tempestade, em Lagash dos Sumérios, e foram ali escritas, mais de mil anos antes de Abrão, o hebreu, morar na Ur dos Caldeus.



NOTAS

O antigo templo de Edfu, construído para a adoração de Hórus, filho de Kneph e Athor, foi explorado por Mariette Bey e tem a fama de conter uma placa ou placa inscrita, na qual é delineada uma aproximação geométrica da proporção do diâmetro para a circunferência (Pi). Os leitores científicos compreenderão as eras que devem ter ocorrido entre o alvorecer das concepções geométricas e o período em que tal constante poderia começar a parecer praticável, ou desejável, ou mesmo concebível.

Artigo Originalmente publicado em Ars Quatuor Coronatorum. vol. xxiv (1911) Quatuor Coronati Lodge No. 2076. pp. 21-24.

Autor: W. J. Chetwode Crawley
Tradução:  Paulo Maurício M. Magalhães - MM - MRA - FRC



Credo Maçonico

 "Credo Maçônico"


Traduzido e adaptado de :Illinois Freemasonry


Aqui está um "Credo Maçônico", que não deve ser apenas uma lista de valores bonitinhos para posts do Facebook. Eles foram lidos há cem anos na fundação da Loja "Anchor and Ark", na cidade de Waukegan, Illinois EUA.

Recentemente, na rededicação desta Loja Adorável, um cartão com o mesmo Credo foi distribuído a todos os participantes. A sala da Loja estava cheia de Oficiais da Grande Loja e Maçons de todo o estado e eu tive esta epifania: quanto desse Credo é praticado na Maçonaria de hoje? “Quanto estou comprometido em observar esses valores por mim mesmo?”

Em um mundo de textos rápidos, de "curtidas", de imagens que aparecem e desaparecem em um instante, é difícil encontrar a mentalidade correta, o foco, para se apegar ao que é significativo. Em nossa fraternidade, minha maior esperança para o presente e o futuro é que continuemos a olhar para os nossos valores com reverência, porque são eles que nos guiam e nos permitem navegar neste mundo turbulento com clareza.

Perdoar, tolerar, ser exemplo, ser bom amigo, fazer caridade e ter respeito próprio: são valores que devem transcender os limites da nossa fraternidade e tornar-nos parte de quem queremos ser.


Para o seu inimigo,  o perdão - O perdão não é uma solução para um problema, ou uma maneira de consertar um conflito. A verdadeira profundidade do perdão está na empatia genuína. Quando olhamos para a dor dos outros, a compreendemos e sentimos, perdoamos. Um homem não pode perdoar seu inimigo se ele não tiver compaixão. Perdoar um inimigo é também amar: superar os erros sem agenda, sem condições. O verdadeiro perdão é entender que o seu perdão traz paz e interrompe um ciclo de conflito.


Para um adversário,  a tolerância - Devemos sempre buscar valores que tragam substância a nós mesmos e ao mundo que compartilhamos com os outros. A tolerância é vencer nossas mentes egocêntricas; é abrir mão de nossa necessidade de dar a última palavra e entender a beleza do mosaico de diferenças que é o nosso mundo. Tolerância não significa "conivência". Devemos ser fiéis a nós mesmos antes de qualquer coisa, mas tolerância implica respeito pela convivência. A fortaleza pavimenta o caminho virtuoso de uma fraternidade forte, e a tolerância estende o que aprendemos nas reuniões da loja para nossa vida cotidiana. Tolerância e respeito pelas pessoas de diferentes partidos políticos, religiões, sexualidades, nacionalidades. Os irmãos não devem se envolver e serem pegos na armadilha da polarização; é tão improdutivo e destrutivo para a Maçonaria quanto para nós mesmos.


A cada criança, um bom exemplo - Um bom exemplo de homem que se preocupa com o mundo que está deixando para trás. Para alguns, um bom exemplo está em sua definição pessoal de sucesso, mas para uma criança, um bom exemplo está além da riqueza e títulos acumulados: seu caráter. Ser um bom homem depende de como um indivíduo constrói seu caráter. Desde a maneira como um homem ama a si mesmo à maneira como ama os outros, à maneira como um homem é trabalhador, à maneira como um homem é honesto, um bom exemplo de homem se preocupa com o mundo que está deixando para a próxima geração. Muitas vezes é mal compreendido que um bom exemplo deve ser ativo em grandes causas ou grandes movimentos políticos, mas não tenho dúvidas de que um bom exemplo é alguém que está presente. Nossos filhos precisam de pessoas que exemplifiquem moralidade: homens que sejam atenciosos o suficiente para ter empatia, honestos o suficiente para orientar e amorosos o suficiente para cuidar.

Para um amigo, seu coração - Doar seu coração é ser vulnerável, honesto e radical no amor. Dar a um amigo seu coração é amar sem restrições. É saber que seu coração pode estar partido, mas é no conserto

de seus pedaços que as amizades se fortalecem e nossos corações se fortalecem. Dar o seu coração a um amigo é dar tudo de si, compartilhar o que há de bom e de ruim e de lealdade incondicional. Os amigos não falam pelas costas uns dos outros, nem devem se envolver com outros que o façam. Os amigos se estimulam e revelam o que há de melhor uns nos outros. Um amigo perdoa, um amigo tem graça e misericórdia. Um amigo nunca hesita em ajudar um ao outro durante as dificuldades.


Para todos os homens, a caridade - A importância da generosidade é igual a qualquer um dos valores listados em nosso Credo Maçônico. Os maçons são chamados a fazer caridade não por obrigação, mas porque é dando que podemos nos tornar melhores. A caridade não está apenas entregando um cheque a uma instituição; caridade é dar sem amarras. Caridade é dar o seu tempo para ajudar alguém, é ajudar alguém ou fornecer sem qualquer expectativa de pagamento. A caridade abençoa quem recebe e quem dá; aqueles que dão aprendem a ser compassivos e a amar e cuidar dos outros.

Para você mesmo, o respeito - o respeito por si mesmo vem do amor próprio. O respeito próprio é a essência e a base de todos os valores na Maçonaria, pois um homem que não se ama e não se respeita não pode perdoar, tolerar, ser um exemplo, ser um bom amigo ou ter algo para dar. O respeito próprio é restrição e prudência nas indulgências pessoais. É o caminho superior para a saúde do corpo e da mente. É escolher o que é melhor para nós e buscar sempre a sabedoria por meio do crescimento e do aprendizado.


Autor Ir.´. Luciano M. Azevedo

Tradução: Paulo Maurício M. Magalhães - MM. MRA. FRC.

5 maneiras de melhorar a si mesmo

Cinco maneiras práticas de melhorar a si mesmo


Traduzido de: Illinois Freemasonry


Todos nós queremos ser melhores. Queremos ser melhores em nosso trabalho, em nossa vida social e em nossas casas. A questão é: como? Como você encontra um curso prático de ação? Como você cumpre isso? Como você sabe que funciona? Você pode se surpreender ao saber que a Maçonaria oferece dicas sólidas de autoaperfeiçoamento para ajudá-lo a ter sucesso na vida. Aqui estão cinco dicas para o autoaperfeiçoamento que foram testadas em campo pelos maçons por mais de 300 anos. Eles podem não ser suas chaves para o sucesso na vida - mas são passos comprovados para colocá-lo no caminho do sucesso.

1. Acredite em algo maior do que você

Não estamos falando de dogma aqui. Não estamos falando sobre as regras e regulamentos de um
determinado sistema religioso. Estamos falando de uma força poderosa e duradoura que guia seu coração diariamente. Você pode chamar de Deus ou como você quiser. As várias religiões persistem por uma razão - elas dão sentido à vida de seus membros. Talvez você acredite na capacidade da arte de captar a qualidade única do espírito humano, nossos esforços no material, e elevá-los a virtudes que perduram por muito tempo depois da morte do artista. Talvez sua crença esteja na complexidade esmagadora e no esplendor divergente da natureza. Talvez você observe a miríade de sistemas de ordem emergindo da flora e fauna aparentemente caótica deste mundo. Talvez você encontre a verdade eterna na geometria infinita e hipnótica do universo. Cada uma dessas crenças compartilha um aspecto fundamental em pessoas verdadeiramente bem-sucedidas: um sentimento de admiração diante de algo que excede o eu. Um vislumbre, talvez, do eterno.

2. Seja otimista

Pode algo tão intangível como o otimismo ser tornado  prático? O otimismo pode parecer uma atitude ingênua - especialmente quando o mundo parece que está ficando louco. Mas o otimismo não é apenas algo que acontece com você naturalmente. Não é um sintoma de uma vida confortável. Ser otimista é uma escolha e uma disciplina. É prático porque você deve engajar conscientemente em ser otimista todos os dias. E veja, é claro, haverá momentos em sua vida em que as coisas vão dar errado e você terá problemas graves. Fingir uma cara feliz e agir positivamente quando você está em crise é uma loucura. Isso não é otimismo; isso é uma ilusão. Esperança significa que, mesmo quando está sofrendo, você confia que suas circunstâncias são temporárias. Nessa confiança esperançosa reside um otimismo duradouro e funcional que o ajudará a superar aquele momento.

3. Sirva a sua comunidade

Quando você pensa em caridade, provavelmente pensa nas organizações padrão que trabalham para fazer o bem no mundo como Médicos Sem Fronteiras ou UNICEF. Você pensa em um voluntário com um colete vistoso em um cruzamento de sua vizinhança. Você joga alguns trocados no balde deles e ajuda uma instituição de caridade, o que é ótimo. Mas a palavra significa muito mais do que isso. Em sua raiz etimológica está a palavra latina caritas, que significa amor. Ser caridoso significa amar sua comunidade, seu próximo. Dar um trocado é significativo, mas imagine se juntar à ele  doando seu tempo para obras de caridade. Talvez isso signifique servir comida para os sem-teto na segunda terça-feira de cada mês. Talvez signifique se voluntariar para ajudar a construir uma rampa para cadeiras de rodas em um abrigo local. Talvez signifique ler para veteranos acamados que não conseguem mais ver as palavras em uma página, mas desejam a beleza de uma história. Talvez signifique limpar a calçada da mãe solteira que mora do outro lado da rua. Talvez seja tão simples quanto uma palavra gentil para alguém na sua rua, um aceno de cabeça para o cara no apartamento ao lado, segurando a porta para o entregador enquanto ele carrega uma caixa enorme para dentro do seu prédio. O importante é fazer algo, mesmo que seja uma coisa pequena, mas com propósito. É importante saber que pertencer a uma comunidade - a um bairro, um município, um grupo de pessoas, uma religião - significa que você também é um de seus administradores.

4. Escolha o domínio sobre a indiferença

Todo mundo tem uma lista de maus hábitos. E todo mundo tem uma lista de hábitos saudáveis ​​para começar. Os hábitos se formam porque somos criaturas que dependem do estabelecimento de rotinas para automatizar nossos dias. E tudo bem. Se você tivesse que decidir conscientemente como amarrar os sapatos, pentear o cabelo ou descer as escadas toda vez que o fizesse, estaria exausto antes do almoço. E as rotinas são maneiras fantásticas de agilizar seus hábitos de trabalho. Elas ajudam você a concluir seu trabalho a tempo. É uma parte natural do sistema operacional humano.

Pense em dirigir. Você pula para dentro do seu carro e sai voando pela cidade e nunca pensa nas manobras estranhamente complexas de sinalizar e executar uma mudança de faixa na rodovia. Tantas coisas acontecem em poucos segundos - você verifica seus retrovisores, avalia sua velocidade, liga o  pisca-pisca, verifica seus outros espelhos, opta por virar para a próxima faixa, coloca seu carro atrás do idiota no Prius e, em seguida, reduz a velocidade e se acomoda no fluxo em sua nova rota. Você não pensa sobre nada disso. Simplesmente acontece.
Mas imagine-se no trânsito do centro de Chicago em uma sexta-feira às 16h45. Você precisa desviar por quatro pistas movimentadas para fazer uma curva para a esquerda, observar os carros que saem do estacionamento subterrâneo, passar por cinco milhões de pedestres, evitar um táxi que não acredita em respeitar as pistas e nem no pisca. É uma situação difícil e você não faz isso com frequência, e com o trânsito depois do trabalho de sexta-feira, toda a cena é intensa. Você está pensando em cada pequena coisa. Você está conectado à miríade de detalhes do seu ambiente. Totalmente consciente.
Esses são exemplos extremos de como vivemos nossos dias. Na maioria das vezes, você está "dirigindo na estrada". Você está seguindo o ritmo da rotina da tarde, pensando em passar de nível em seu jogo favorito, trabalhando roboticamente.
Mas e se você fizesse uma promessa a si mesmo de se lembrar de sair dessa e viver o momento. Se você conseguisse fazer isso vez ou outra, mas sua rotina é forte. Mas nestas poucas vezes em que você está realmente participando do seu dia, esses momentos são quase emocionantes. Bem ali, no seu dia normal, você de repente fica ciente dos detalhes do seu ambiente - como quando você está cortando o tráfego da tarde.
No dia seguinte, você faz uma promessa de fazê-lo novamente e, desta vez, você está em um daqueles momentos propositadamente atentos quando seu chefe entra na sala  parecendo que o futuro de toda a empresa está precariamente apoiado nas costas dele. Você percebe isso. Você sabe que isso o está matando. Você sabe que ele está a cerca de um milímetro de perder a cabeça e pular de uma janela. Você olha para o café que acabou de servir - e lembra-se de uma reunião distante que os dois encaram da mesma maneira. Em um lampejo de intuição, você, sem palavras, entrega a ele a xícara. Por apenas meio segundo, a pressão diminui em seus ombros, e ela agradece e diz: “Honestamente, isso foi tudo. Você salvou meu dia."

5. É por isso que a dica final é - seja gentil

Este é o resultado lógico de todas as dicas acima. Se você acredita em algo maior do que você, também acha que todos que você vê, todos que encontra, vivem sob a proteção de sua crença. O que certamente o leva a ser mais otimista, já que todas as circunstâncias são temporárias sob a constante daquela coisa eterna em que você acredita. Isso mostra que você valoriza a vida de seus semelhantes o suficiente para servi-los com humildade e sinceridade, o que lhe lembra que a vida é um recurso limitado e talvez você deva prestar mais atenção a cada momento. O que significa que você vê muitas, muitas oportunidades pequenas e aparentemente insignificantes de mudar o teor de um momento. Significa que você tem a motivação e a presença de espírito para escolher, naqueles momentos em que os outros são casualmente cruéis, quando os outros são insuportáveis, quando os outros são indiferentes, quando os outros têm medo de agir - de fazer uma gentileza.

Bondade é o superpoder de um maçom. Eu gosto de chamar os pequenos atos de "micro heroísmo" porque há uma pequena chance de que se envolver em uma prática diária de ser gentil possa salvar o mundo. Todos nós podemos compreender os efeitos dramáticos de um único grande ato heroico. Mas a maioria de nós não vai correr para um prédio em chamas tão cedo. No entanto, imagine o efeito acumulado de centenas de atos de micro heroísmo crescendo dia após dia, semana após semana, ano após ano. Em algum ponto, toda aquela gentileza acumulada irá inclinar a balança na vida de alguém, e será como um milagre. Você terá feito a coisa certa na hora certa para, com um único ato aparentemente insignificante, mudar a vida deles.
E a SUA.

Quantidade antes da qualidade

 Colocando a quantidade antes da qualidade: o portão do ocidente aberto

Traduzido de: Masonic Improvement


Portão Ocidental é um termo com o qual muitos maçons podem não estar familiarizados. Eu sei que

aqui no Texas nunca tinha ouvido falar dele até que comecei a pesquisar ativamente e a colaborar com outros maçons de várias jurisdições online. No sentido físico, o Portão Ocidental é a porta pela qual os candidatos e irmãos entram para receber seus graus. Em um sentido mais conceitual, o Portão Ocidental é muito mais amplo e a definição  abrange todo o processo de recebimento de propostas, investigações e votação para aceitar e iniciar novos membros.

Em resumo, pelo menos na minha opinião, é mais aplicável a frase “Guardando o Portão Ocidental” e é o que este post vai focar.

Qualidade vs. Quantidade

Quando a impressora passou a ser usada diariamente, os livros, que antes eram incomuns e valiosos, tornaram-se comuns e acessíveis para a maioria das pessoas. A Revolução Industrial teve praticamente o mesmo efeito, pois produziu itens baratos e facilmente acessíveis, que antes demandavam tempo e habilidade para serem produzidos.

Esta postagem não foi escrita para reclamar do progresso. Em vez disso, em ambos os exemplos dados acima, a sociedade mudou de itens de qualidade que antes eram criados por artesãos para uma produção mais rápida em favor da quantidade. Veja, você não pode ter qualidade e quantidade ao mesmo tempo. A qualidade torna um objeto ou uma experiência algo maravilhoso e a quantidade torna um objeto ou uma experiência algo mundano. Este argumento maravilhoso vs. mundano poderia se aplicar a várias facetas da Maçonaria e provavelmente merece seu próprio post no futuro, mas, por agora, vamos aplicá-lo ao Portão Ocidental.

Quatro quartos ou cem centavos? *

* referencia a moeda de 25 centavos americana chamada de "quarter" (N do T)


A problemática de  qualidade versus quantidade se aplica à Maçonaria muito bem, na minha opinião. Lembre-se de que algo que é maravilhoso e/ou de alta qualidade deve, por sua própria natureza, ser escasso. Este princípio também significa que, à medida que um produto se torna cada vez mais comum, a quantidade aumenta, mas se torna cada vez mais mundano.

Infelizmente, é o que está acontecendo em nossa Fraternidade. Em muitas lojas, os padrões considerados mínimos para ser aceito caíram severamente e em algumas lojas os padrões são inexistentes, respeitando apenas o mínimo que foi definido para suas potências (em algumas jurisdições até mesmo esses padrões mínimos são dispensados).

Existe um ditado “Se você não defende algo, então você aceitará qualquer coisa”. Isso também poderia ser adaptado para dizer “Se uma loja não tem um mínimo de padrões, eles aceitarão qualquer pessoa”, o que infelizmente é o caso. Os requisitos que uma potência estabeleceu para os candidatos não devem ser vistos como se fosse o único quesito para  aprovação ou reprovação, mas sim como critérios mínimos a serem considerados para a admissão.

Se você tiver a chance de falar com um verdadeiro maçom veterano, pergunte a ele como era entrar para a Fraternidade naquela época. Há várias décadas, era muito mais difícil se tornar um maçom. Meu próprio avô me disse que quando ele se juntou pela primeira vez na década de 50, a loja que ele fez uma petição tinha uma política tácita de que todos eram recusados na primeira vez que se candidatavam; a ideia era que se alguém realmente quisesse ser um membro, eles voltariam a tentar mais tarde. 
Outros irmãos mais velhos me disseram que precisaram pedir três vezes antes mesmo de receber um formulário. Certas profissões, atividades e reputações podem impedi-lo sem qualquer outro questionamento. Sim, eu sei, todos esses métodos parecem extremos e possivelmente até cruéis para nós hoje, no entanto, eles criaram escassez que, por sua vez, tornou a adesão mais desejável e geralmente aumentou também a qualidade dos membros.

Este é um grande contraste com o processo de propostas de muitas lojas hoje. Na verdade, embora muitas lojas estejam permitindo que todo homem sem ficha criminal se afilie, a maioria das jurisdições dos EUA está perdendo membros mais rápido do que eles podem ser substituídos. Dito isso, quando era difícil obter a adesão, os homens sempre faziam petições durante uma época que muitos de nós hoje consideramos os Anos Dourados da Maçonaria.

Portanto, a questão é esta: você prefere ter quatro moedas de vinte e cinco centavos no bolso ou cem centavos? O que é melhor: uma loja pequena e íntima com um punhado de irmãos de qualidade ou uma grande loja com apenas alguns irmãos ativos e cem membros na lista de presenças que nunca aparecem e nunca se dedicam à Fraternidade?

Considerações finais

Não sou um elitista e não quero ser considerado como tal. No entanto, sou a favor de fazer com que ser maçom  signifique algo novamente. Quando a adesão era menor, as pessoas sabiam que você era uma pessoa de qualidade por se afiliar à Fraternidade, agora nem sempre é o caso. Na verdade, se formos honestos conosco, provavelmente podemos pensar em pelo menos um maçom que não tem nada a ver com a Fraternidade.

O objetivo desta postagem foi incentivar a reflexão sobre o processo de seleção que sua própria loja está praticando. Quais são seus padrões? Quão completo é o seu processo de investigação? Quantas vezes se espera que o candidato venha se encontrar e comer com os irmãos antes de receber uma proposta? Quais são as taxas? Você está realmente aceitando apenas homens que serão bons maçons ou todo e qualquer homem com uma proposta e taxa de iniciação em mãos está sendo aceito?

Temos uma grande responsabilidade como administradores de nossa Fraternidade. Todo homem indigno que entra por um Portão Ocidental aberto tem o potencial de votar, assumir um cargo e até mesmo se envolver no alto nível da potência. Apenas um deste tipo de homem já é bastante danoso, e se permitirmos que centenas de pessoas escapem?

O futuro da Fraternidade está em nossas mãos, irmãos. Queremos que seja maravilhoso ou mundano?


Autor: Justin Jones

Traduzido por:  P. Maurício M. Magalhães - MM - MRA - FRC




Retenção Maçônica

 As chaves para a retenção maçônica

Tradução de: Masonic Improvement


É bem sabido que muitas lojas maçônicas perdem seus novos membros dentro de um ano ou mais após a iniciação.

E se eu lhe dissesse que existe uma maneira de uma loja reduzir o número de novos membros que ela perde?

Também não é um segredo. Na verdade, existem inúmeras lojas que já adotaram a prática que estou prestes a compartilhar.



Você não pode consertar algo se não souber o que está errado!

É bem sabido que o número de membros da Maçonaria está em declínio na América do Norte, por isso é importante que façamos o que pudermos  para reter o máximo de novos membros possível.
Antes de pularmos para o que funciona, é importante entendermos as práticas que não estão funcionando.

Atualmente, quando um homem manifesta interesse em ingressar na fraternidade, o prazo geral para fazer-lhe uma proposta, investigá-lo e inicia-lo é ... o quanto antes. Muitas vezes ficamos entusiasmados com a perspectiva de um novo membro e queremos colocá-lo na fraternidade o mais rápido possível, antes que ele mude de ideia ou perca o interesse.

A investigação é tratada como uma formalidade e muitas vezes não é levada muito a sério.

Em algum momento no início, também contaremos a ele sobre nossas taxas (baratas) com um tom de desculpas, como se desejássemos poder fazer tudo gratuitamente.

O que muitas vezes acontece é que em algum momento o novo membro decide que a Maçonaria dá muito trabalho, ele não sente que se encaixa, ou que a organização não é nada como ele foi levado a acreditar que seria (isso aconteceu comigo).

Assim, é fácil para ele se afastar da fraternidade nesse ponto. Até agora ele investiu muito pouco tempo, dinheiro ou energia na organização, então não é como se ele tivesse algo a perder simplesmente desistindo quando perde o interesse.
 
Aplique as mesmas práticas ao próximo candidato e espere que ele continue.

Iniciar. Insistir. Repetir.

Neste ponto, parece natural fazer uma referência à citação de Albert Einstein sobre a insanidade. Provavelmente todos nós já ouvimos várias vezes até agora e há algum debate se ele realmente disse isso, mas isso não o torna menos aplicável aqui...



“A definição de insanidade 

é fazer a mesma coisa repetidamente 

e esperar resultados diferentes.”


Todas as práticas que acabei de detalhar se enquadram no que chamo de abordagem da  Quantidade sobre Qualidade para novos membros. Basicamente, é quando uma loja permite que qualquer pessoa qualificada se junte e espera que eles continuem por aqui. Se você quiser saber mais, eu o encorajo a verificar o link acima.

O que atrai na abordagem de  Quantidade sobre Qualidade é que ela tem três características: é rápida, fácil e barata.

Quantas coisas você valoriza em sua vida que foram rápidas, fáceis e baratas?

Por outro lado, quantas coisas você valoriza em sua vida que vieram lentamente, foram difíceis e não saíram baratas?

Isso nos leva ao tema em questão: como reter mais novos membros?


Consertando o que está quebrado ...

Se as práticas na última seção se concentram em ser rápido, fácil e barato e determinamos que isso é ineficaz, e se adotássemos a abordagem oposta? Vamos dar uma olhada nas práticas já mencionadas e ver como elas mudariam.

1. Em vez de fazer uma proposta a um candidato assim que ele manifestar interesse e, em seguida, apresentá-lo à loja o mais rápido possível, leve um tempo com esta etapa do processo.

Uma vez que um homem demonstre interesse pela fraternidade, convide-o a visitar a loja sempre que possível e diga-lhe que pode levar vários meses até que ele seja votado. Isso garante várias coisas:

  • Ele terá investido tempo na fraternidade.
  • Isso lhe dá oportunidades de construir relacionamentos prévios com os irmãos.
  • Isso lhe dá tempo para decidir se a Maçonaria, ou esta loja, em particular, é a certa para ele.
  • Da mesma forma, também dá aos membros da loja tempo para decidir se a Maçonaria ou esta loja, em particular, é certa para ele.
  • No momento em que for votado, ele deve estar totalmente ciente do que se espera dele.
  • Finalmente, se ele parar de aparecer, você sabe que não o teria alcançado de qualquer maneira.

Quanto à questão de quanto tempo esse período deve durar, não há uma resposta única. Se um candidato for bem conhecido e querido, pode ser solicitado que espere dois ou três meses. Por outro lado, se um estranho se apresentar e  alguns irmãos se sintam preocupados, ele pode ter que esperar seis meses ou mais até que todos estejam satisfeitos ou que lhe digam que a Maçonaria, ou a loja, simplesmente não é a certa para ele.

2. Leve o processo de sindicância o mais a sério possível. Escrevi um post inteiro sobre isso aqui e, embora não tenha sido bem recebido por todos, não estou sugerindo que você tenha que adotar as práticas que discuto como se fosse tudo ou nada. É simplesmente uma lista de diretrizes e ideias, trate-a como tal.

3. Reavalie suas taxas de graus. Muitas vezes, essas taxas são definidas arbitrariamente e não foram muito pensadas nos últimos anos. Não estou sugerindo que você aumente suas taxas só para ser mais caro, mas você deve dividir o custo de cada grau e a Loja definitivamente não deve perder dinheiro ao conferir um grau.


Não existe uma fórmula definida para isso. Pode ser tão simples quanto calcular o custo de uma Bíblia Sagrada e um avental e ter certeza de que eles são considerados ou pode ser tão complicado quanto levar em conta o custo da eletricidade durante o curso e as práticas anteriores, bem como o jantar.

Em última análise, depende da Loja.

Como uma ideia, eu sugeriria considerar a apresentação de pequenos "brindes" no final de cada grau: ferramentas de trabalho, outras coisas mencionadas durante a cerimônia, ou mesmo um certificado de Mestre Maçom mais elaborado que poderia ser emoldurado e apresentado ao irmão. Se você fizer isso, certifique-se de incluir o custo nas taxas também.

O resultado final é que ninguém se aproxima da Maçonaria esperando que seja barato, então não há necessidade de se desculpar ao discutir as taxas. As pessoas encontram tempo e dinheiro para fazer coisas que são importantes para elas e são muito mais relutantes em abandonar os investimentos maiores que colocaram em si mesmas.

Por último, mas não menos importante: não acelere o irmão ao longo dos graus. Está aí por uma razão e se seu padrinho não o encoraja a refletir e internalizar as lições que ele aprende em seus graus e rituais, então ele está apenas memorizando palavras e isso não o tornará um homem melhor do que era quando entrou.
É mais difícil assim, mas dá ao irmão uma realização da qual ele pode se orgulhar quando entregar seu trabalho.

Observações finais

Para encerrar, observamos que a abordagem rápida, barata e fácil de Quantidade em vez de Qualidade que muitas lojas adotaram é ineficaz na retenção de novos membros.

Em vez disso, tomamos essas mesmas práticas e usamos a abordagem oposta para ver o que isso realmente traria para nossas lojas e como isso nos ajudaria a cumprir nossos objetivos de manter novos irmãos ativos e engajados na loja.

Essas práticas não são especulação. Existem muitas lojas que estão fazendo exatamente essas coisas com resultados muito promissores. Isso significa que em algum momento eles perceberam a mesma coisa que indiquei anteriormente neste post: as práticas antigas simplesmente não estão funcionando e algo tinha que ser feito para consertar as coisas.

Minha pergunta para cada um de vocês é a seguinte: quantas evidências vocês precisam para começar a adotar práticas mais saudáveis em sua loja?

Artigo escrito por:  Justin para Masonic Improvement

Traduzido por:  P. Maurício M. Magalhães - MM - MRA - FRC

Como observação deste tradutor, entendo que as ideias chave são:
1) não repetir o que não está funcionando
2) adaptar a Maçonaria à atualidade (sem sacrifício da tradição)
3) fazer valer a pena o tempo e dinheiro despendidos
4) adaptar tudo isso à realidade nacional e de cada loja

Reformando os Deuses

 Reformando os Deuses

Tradução e adaptação de :Universal Freemasonry


Eu estava participando de um grupo de estudos de Livros Esotéricos na semana passada quando ouvi a frase "reformando os deuses". Já ouvi, muitas vezes, sobre como Deus nos reforma, como a teologia pode ser reformada, mas não sobre como os humanos reformam os deuses. Parecia arrogância, para mim. O que se quer dizer quando dizem que "alguém está tentando reformar os deuses?"

Reformar algo é desmontá-lo, peça por peça, e usar o material para criar alguma nova forma, alguma nova “coisa” que é ostensivamente melhor do que a velha “coisa”. Reformar os deuses, em termos mais simples, é pegar o que nós sabemos de nossos deuses e criar algo novo a partir de suas formas, de sua essência. Isso não parece uma tarefa fácil. Estamos remodelando tudo o que entendemos sobre os deuses, ou Deus, e transformando isso em algo que achamos melhor. Novamente, arrogância.

A questão é: como o ser humano reforma seus deuses? Talvez a simples devoção se transforme em fanatismo radical. Talvez o façam por meio de sua própria interpretação errônea dos costumes, práticas e dogmas da religião ou da sociedade, formando as regras para se submeter à sua vontade. Seus desejos. Eles misturam a ideia da vontade divina com a sua, buscando fundi-los, ou buscando justificá-los? 

Joseph Campbell, em O Herói das mil faces , na seção sobre Iniciação, afirma:



Os cultos totêmicos, tribais, raciais e missionários agressivos representam apenas soluções parciais para o problema psicológico de subjugar o ódio pelo amor; eles iniciam apenas parcialmente. O ego não é aniquilado neles; em vez disso, é ampliado; em vez de pensar apenas em si mesmo, o indivíduo passa a se dedicar a toda a sua sociedade. O resto do mundo ... é deixado fora de sua simpatia e proteção porque (está) fora da esfera e proteção de seu Deus. E aí ocorre, então, aquele divórcio dramático dos dois princípios de amor e ódio que as páginas da história tão abundantemente ilustram. Em vez de limpar seu próprio coração, o fanático tenta limpar o mundo.


Ao pensar sobre isso, me pergunto se a maneira como os humanos usam a linguagem para expressar seus pensamentos afeta nossa teologia da mesma forma que a linguagem, a biologia e a cultura estão intrinsicamente ligadas. Podemos pensar que há evolução da biologia, mas não há evolução da cultura também? E se ambos estão evoluindo, nós, como humanos e como parte dela, estamos evoluindo a linguagem para acompanhar o ritmo. 
Faz sentido que nossa teologia evolua para sobreviver. Certamente é a adaptação que faz com que prevaleça a melhor  linhagem, não apenas a perseverança. Ainda assim, a evolução vem em muitas formas, e sabemos que as espécies evoluíram até a extinção: não por sua própria vontade, mas pelos veículos de adaptação a ambientes hostis e temporários. Os extremos não podem durar.

A Maçonaria, de algumas maneiras estranhas, não se rendeu a essa adaptação de cultura e linguagem; no entanto, de certa forma, sim. Temos a empoeirada Maçonaria de outrora, que contém as formas
rituais inalteradas desde tempos imemoriais. É o ritual mantido imaculado, os antigos ornamentos mantidos  brilhantes e apenas o mais breve sopro de questionamento fora dos monitores e rituais mencionados. É uma Maçonaria sólida em suas raízes, mas não tem nada acima do solo onde a Luz possa brilhar sobre ela.

Então temos uma Maçonaria que está à beira de algo maior do que seus antecessores. Assim como a evolução, as instituições acompanham a cultura. Nesse sentido, a Maçonaria é global. É fundamental que a Maçonaria use símbolos para se comunicar - uma linguagem global. Ela foi levada a muitos lugares por maçons viajantes, estabelecendo Lojas onde quer que cheguem. Não pode deixar de ser global, e até mesmo a “velha” empoeirada Maçonaria é global. 

Isso significa que deve evoluir pela pressão da evolução cultural global. Do contrário, segue o caminho do dinossauro - lembrado em poços de alcatrão e tanques de gasolina, museus e sítios históricos. Ele se tornará a espinha dorsal de uma nova Maçonaria que busca viver de acordo com seus elevados objetivos de tolerância, solidariedade, igualdade e liberdade para todos os seres humanos. Isso inclui pessoas de todas as raças, credos, e idades. 

As virtudes básicas da Maçonaria dizem respeito à qualidade da pessoa, não a essas características humanas divisivas. Esta é uma Maçonaria que está se construindo sobre as raízes do antigo, avançando pela terra e começando a crescer ao sol.

Campbell no mesmo capitulo nos afirma:


Uma vez que tenhamos nos libertado dos preconceitos de nossa própria interpretação eclesiástica, tribal ou nacional provincialmente limitada dos arquétipos do mundo, torna-se possível entender que a iniciação suprema não é aquela dos pais maternais locais, que então projetam agressão sobre os vizinhos para sua própria defesa. A boa notícia, que o Redentor Mundial traz e que muitos ficaram contentes em ouvir, zelotes em pregar, mas aparentemente relutantes em demonstrar, é que Deus é amor, que Ele pode ser e deve ser amado, e que todos sem exceção são seus filhos.


As armadilhas do dogma religioso são “armadilhas do orgulho” que são mantidas “paralelamente” às principais virtudes da mensagem. No entanto, nós, humanos, lutamos contra isso. Lutamos todos os dias para interpretar, e interpretar mal, o significado do texto filosófico e religioso, agarrando-nos ao que o Dr. Wayne Dyer chamou de “uma zona errônea” que inibe a forma como funcionamos na vida. Não podemos pensar de forma diferente e quando a mudança chega, a mudança adaptativa para fluir com a evolução, nós hesitamos.

Algumas das Lojas Maçônicas, na onda da pandemia COVID-19, alteraram seus formatos. Outras simplesmente fecharam durante o período, pois seus membros corriam um risco maior do que a média da população. Outros passaram a fazer sessões de estudo online independentes, pontuais, e outras fizeram podcasts e lives. Estas são algumas boas adaptações, são uma evolução criada pela população mais jovem e mais experiente em tecnologia. Aqueles que estão em contato com as mudanças culturais.

Outras Lojas e Ordens se adaptaram ainda mais. Rituais curtos foram criados para algumas reuniões de Loja que, embora não fossem reuniões regulares, reuniam todos em uma teleconferência para discutir ensaios e escritos relevantes. É “a forma resumida” de uma reunião que mantém a consistência e ainda se adapta às necessidades do mundo. 


Os irmãos ainda compartilham conversas fraternas, amor fraternal e algum alívio para as doenças que nos cercam. As palestras filosóficas maçônicas, para um grupo, passaram de presenciais para online, com uma participação ainda maior - até 100% mais indivíduos registrados do que em reuniões anteriores. A discussão e o debate são animados e estimulantes, permitindo que as pessoas levem mais ensinamentos do que tinham no início da reunião. Isso não substitui o ritual da Maçonaria nem a necessidade de integração da mente, corpo e espírito na forma da Maçonaria. É a adaptação para sobreviver, para prosperar, em um mundo de medo, caos e mudança.

Não vejo que uma Maçonaria que se adapta e flui com as necessidades do mundo seja uma Maçonaria tentando reformar seus deuses. Pelo contrário; é garantir que a Maçonaria não seja um dogma, que ela não seja algo estático coletando a  poeira do tempos, o que garantiria sua morte. 

Temos que permitir a mudança e  a evolução, do contrário estaremos destinados a cair ao extremo, e então murchar e morrer. Não. Às vezes, é preciso uma pandemia para acordar, mudar o caminho em que estamos e tentar algo novo. É uma mudança cuidadosa, lenta mas progressiva, que mantém o bombeamento do sangue e o crescimento das células. Talvez sejam as células e o sangue que instigam a mudança, ao estilo darwiniano, para criar a nova cultura. Não é necessário um prodígio de lógica para descobrir que precisamos nos adaptar para não morrer.

A  velha Maçonaria está morta. Viva a Maçonaria!


Traduzido por:  P. Maurício M. Magalhães - MM - MRA - FRC

Expansão e queda

 Expansão e queda: Porque a maçonaria dos EUA segue em declínio.


Traduzido de Masonic inprovement


Sinto a necessidade de iniciar este artigo com um aviso e garantir aos meus leitores que não é minha intenção ofender ninguém com o conteúdo desta postagem. Dito isso, embora eu esteja extremamente hesitante em até mesmo escrever este artigo, não me sinto culpado por apresentar os fatos como os vejo.

O fato é que este não é um artigo que eu quero escrever, é um artigo que sinto que devo escrever

Recentemente, tive algumas conversas com alguns irmãos sobre a direção que nossa fraternidade parece estar tomando, o que realmente me fez pensar. É verdade que conversas sobre esse assunto não são incomuns em nossa fraternidade e qualquer irmão que tenha sido membro por algum tempo na América do Norte ouviu ou participou de uma delas.

Fique tranquilo, não é minha intenção mergulhar nos dados relativos às nossas estatísticas de membros e fazer previsões sobre o que está por vir para a Maçonaria. O Ir..Lance Kennedy já cobriu os números extensivamente com seu artigo “A Maçonaria está morrendo” e, neste ponto, não há necessidade de reafirmar o que já foi trazido à luz. Minha análise deste artigo pode ser encontrada aqui se alguém estiver interessado em para onde eu acredito que a fraternidade está indo.

O que quero expor neste artigo é por que acredito que esses números ainda estão em declínio. Em outras palavras, sabemos o quê, agora vamos descobrir o porquê.

Infelizmente, isso pode deixar algumas pessoas chateadas.

Agora peço sua atenção para o gráfico abaixo. Usando os dados fornecidos pela Associação de Serviço Maçônico da América do Norte, podemos traçar um gráfico que nos dá uma ideia geral de como as tendências do número de membros em nossa fraternidade  na América do Norte se comportaram  desde 1924.
Como você pode ver, o número de associados atingiu o pico em 1959 e está em declínio constante desde então.


Antes de seguirmos em frente, vamos ver o que sabemos: a Geração Silenciosa se juntou à nossa fraternidade em grande número em meados do século passado, o que causou o aumento de membros refletido no centro do gráfico.

Assim que os Baby Boomers atingiram a maioridade (os Boomers mais velhos teriam apenas cerca de 13 anos em 1959), eles se juntaram à fraternidade, mas não no mesmo número da geração anterior.

Neste ponto, você pode se perguntar por que ainda estávamos em declínio quando os Boomers se juntaram e a razão para isso seria porque nosso número de membros estava tentando se estabilizar e retornar ao equilíbrio. Outra maneira de pensar sobre isso seria considerar o enorme aumento dos números como uma aberração que só poderia ser temporária e eventualmente voltaria ao normal.

Apesar do que muitas vezes é dito , os dados não apresentam qualquer evidência de que os boomers aderiram em grandes números à maçonaria.


Também sabemos que a Geração X geralmente não tinha interesse em ingressar na Maçonaria ou em qualquer uma das organizações de seus pais. Se tivessem, talvez eu não tivesse escrito este artigo, pois seria razoável prever que estaríamos olhando para um gráfico diferente, onde os níveis de declínio voltam e se estabilizam em algum lugar entre 3 e 2,5 milhões de membros.

O que é estranho é que ambos os Millenials e a geração Z (ou como quer que eles venham a ser chamados) estão interessados na Maçonaria, mas, para a frustração das Lojas e Grandes Lojas na América do Norte, não conseguimos retê-los. O declínio deveria estar diminuindo, mas os novos membros estão deixando a Maçonaria o mais rápido que as lojas podem inicia-los.

A questão agora é por quê?

Sucessão Geracional

A maioria dos leitores provavelmente está familiarizada com a ideia de sucessão, pela qual algo é herdado, como um título ou uma propriedade. No contexto da Maçonaria, a sucessão geracional ocorre quando a administração da organização é herdada de uma geração pela outra que a sucede.

O processo de sucessão geracional é tipicamente muito gradual, conforme os membros mais jovens se juntam e os membros mais velhos vão para a Loja Celestial acima. Com o tempo, a geração seguinte herdará o manto da administração plena da fraternidade e o ciclo recomeça.

À medida que cada geração lentamente se torna a principal parte interessada de cada Loja e Grande Loja, a própria fraternidade começará a refletir os valores sociais daquela geração. É por isso que a Maçonaria mudou tanto nos cerca de 300 anos de existência da Fraternidade. Se um irmão moderno fosse colocado em uma reunião de loja há 300 anos, o que ele veria seria muito diferente de qualquer experiência maçônica que ele teve em nossas lojas atuais. No entanto, se pegássemos um irmão de 275 anos atrás e o colocássemos na mesma situação, ele seria muito mais familiarizado, embora certamente também notasse algumas diferenças.


Portanto, em suma, a sucessão geracional é importante porque permite que a Maçonaria se adapte gradualmente de acordo com as expectativas geracionais da fraternidade. Normalmente, as diferenças de expectativas entre uma geração e sua sucessora são pequenas o suficiente para que, embora certas coisas mudem, as diferenças não são tão grandes a ponto de criar contendas entre os irmãos.

Então ... o que acontece se essa sucessão pular uma geração inteira?

Foi o que aconteceu quando a Geração X optou por não ingressar na fraternidade e os efeitos são triplicados. Acredito que identificá-los nos dará uma ideia do motivo pelo qual nossos membros ainda estão em queda livre.


Os Três reflexos

1. Os Boomers mantiveram a administração de nossa fraternidade por quase 40 anos e moldaram a fraternidade para refletir seus valores e expectativas durante este tempo. Neste período, eles foram os principais interessados em nossas lojas e Grandes Lojas e, como tal, tiveram mais controle sobre as políticas e um maior período de tempo para implementar mudanças do que qualquer geração anterior.

Resumindo, a maioria dos programas e políticas que as lojas e grandes lojas têm atualmente em vigor, sejam elas boas ou ruins, foram implementadas ou alteradas pelos Boomers.

Meu vídeo “Seven Ways To Retain Millennial Masons” fala sobre o que eu acredito que os jovens estão esperando da Maçonaria, a maioria do qual está em nítido contraste com o que os irmãos mais velhos supõem que desejamos. Esta 'desconexão' é devido à lacuna na sucessão geracional.

2. Conforme declarado anteriormente, a maioria de nossos membros consistia de Boomers por várias décadas. Muitos deles estão envolvidos com a fraternidade há mais tempo do que a maioria dos jovens maçons, incluindo eu, estão vivos e em muitas lojas eles eram os irmãos que mantinham as portas abertas quando ninguém estava entrando, não havia ninguém novo para assumir um cargo, e o a Loja não tinha dinheiro suficiente para manter as luzes acesas.

Temos uma grande divida de gratidão com eles por isso.

Por outro lado, quando algo esteve sob seus cuidados por um longo período de tempo, pode ser difícil entregá-lo a outra pessoa, que é o que vemos 99% das vezes quando um novo maçom jovem e entusiasmado deseja  se envolver com sua loja e começar a contribuir.

Quando um homem sente que sua opinião não importa, ele eventualmente encontra um lugar que ela importe. Isso não é exclusivamente Millenial também, todo homem quer ser ouvido e sentir como se estivesse contribuindo com algo.

3. A lacuna no meio de sucessão de gerações gera uma diferença maior entre as expectativas sobre a  fraternidade do que se poderia esperar caso não houvesse oi gap geracional. Pequenas mudanças são geralmente mais facilmente aceitas, entretanto os jovens parecem querer experiências muito diferentes para sua jornada maçônica do que os Boomers.

Essas expectativas, quando combinadas com as outras duas questões listadas acima, raramente são atendidas.

Acredito que é por isso que perdemos os jovens quase tão rápido quanto podemos iniciá-los.


Conclusão


Quero repetir e esclarecer que este artigo não se destina a criticar, menosprezar ou caluniar qualquer um dos meus colegas maçons. Para aqueles de vocês que leram isso, mas ainda estão chateados comigo, saibam que desejo o melhor, mas não vou me desculpar por compartilhar os fatos como os vejo.

Não acredito que os Baby Boomers tenham feito algo errado, eles simplesmente fizeram o que cada geração com a administração da fraternidade fez antes deles, eles apenas tiveram mais tempo e influência para fazer isso.

Chegamos à resposta ao nosso último motivo: os jovens estão deixando a fraternidade porque geralmente não está fornecendo o que eles esperavam encontrar.

Há um buraco em nosso balde e ele está perdendo água mais rápido do que podemos enchê-lo.



Artigo escrito por:  Justin para Masonic Improvement

Traduzido por:  P. Maurício M. Magalhães - MM - MRA - FRC

Os Quatro Elementos: O Que Significam Na Maçonaria? [Parte 1]

Os Quatro Elementos: O Que Significam Na Maçonaria? [Parte 1]

Traduzido de : Universal Freemasonry

Parte da jornada de um maçom é familiarizar-se com os conceitos apresentados na loja e descobrir seu significado para si mesmo. Embora existam, é claro, interpretações compartilhadas e transmitidas através das gerações entre os maçons, parte do que torna a Maçonaria tão única entre os ensinamentos e práticas espirituais do mundo é que o núcleo do que é preservado é fundamentalmente simbólico e, em última análise, a compreensão que cada irmão tem dos símbolos, são suas. Não existe uma doutrina ortodoxa explícita e concreta a respeito do significado de quaisquer símbolos específicos e, portanto, a Maçonaria é livre para evoluir e aprender como um coletivo, ao mesmo tempo que preserva algo antigo e não falado, mas incorporado e sentido.

Entre os símbolos da loja e rituais maçônicos estão os elementos, sendo os quatro elementos clássicos de Terra, Água, Ar e Fogo. Várias ordens, jurisdições e lojas colocam mais ou menos ênfase nos elementos e os discutem de maneiras diferentes. Sem revelar nenhum aspecto dos próprios rituais, podemos dizer que, apesar de não serem universalmente enfatizados em toda a Maçonaria, os elementos são importantes para qualquer estudo completo do esoterismo e dos mistérios. Na verdade, quanto mais esotérico é um ramo particular da Maçonaria, mais ênfase ele deve colocar sobre ele, o que talvez possa explicar por que na Co-Maçonaria Universal, eles são significativos desde o início da jornada maçônica. Então, como podemos ver os elementos com um olho maçônico e entender seu significado para nossas vidas e nossa Arte?


Elementos como Símbolos

Embora os aspectos literais ou científicos dos elementos sejam parte do quebra-cabeça, por si só eles são insuficientes para entender por que os elementos são tão importantes para a Maçonaria. O significado dos elementos na maçonaria são como símbolos, e o simbolismo é uma linguagem própria. Esta é também a linguagem com a qual interpretamos os sonhos ou a literatura, é a linguagem da experiência direta, as formas da experiência e como elas representam para o desenvolvimento da consciência.

Qual é o propósito de olhar os elementos simbolicamente? A primeira pista que podemos encontrar aqui é que os elementos são, por definição, o que compõe o mundo e também nós mesmos. É tradicionalmente por isso que os elementos são considerados significativos, em primeiro lugar. Portanto, podemos ver os elementos como componentes essenciais do Mundo e, uma vez que O Mundo e O Eu são, em última análise, uma coisa só, eles são componentes essenciais da experiência humana também. Da mesma forma que podemos pensar nos elementos como correspondendo a diferentes estados da matéria {em química / física os estados de sólido (Terra), líquido (Água), gás (Ar) e energia (Fogo)}, também podemos interpretá-los como representações de estados de experiência, mente ou consciência humana.


 Terra

O elemento Terra é o mais sólido e estável dos quatro, com as qualidades menos dinâmicas ou mutáveis. Em vez de ser uma fonte de energia, ou particularmente sujeito a mudanças energéticas, ele tende a absorver energia e difundí-la sem muita mudança real para o próprio elemento. Um ótimo exemplo é o aterramento de um para-raios; embora uma enorme quantidade de energia esteja indo para a Terra, a energia é rapidamente difundida, sem muita mudança para a própria Terra. O fogo é outro exemplo, porque embora a água seja frequentemente o método mais eficaz de extinguir um incêndio, devido às suas outras qualidades que facilitam a explosão de vapor de uma mangueira, tecnicamente jogar Terra no fogo seria sempre o método mais eficaz de extinguir o fogo com o consumo energético dinâmico. Ao contrário da água, a Terra não é evaporada pelo Fogo.

Em termos de forma e mudança, a Terra tem o maior grau de inércia, é a menos suscetível ou a mais lenta à mudança. Também possui a maior integridade estrutural, pois os edifícios construídos com pedras, um tipo de terra, podem durar séculos ou até milênios. Ele também forma literalmente a base sobre a qual nos posicionamos e sobre a qual todas as estruturas são construídas, portanto, nesse sentido, a Terra também é a essência arquetípica da base, do alicerce, da estabilidade. Como tal, podemos ver os aspectos correspondentes de consciência, mente e experiência como aqueles que compartilham essas qualidades: sobrevivência, estabilidade, estar fundamentado na realidade física, na experiência corporal; também qualquer estado de espírito que envolva um alto grau de inércia, seja isso considerado positivo, como na estabilidade mental e emocional, ou negativo, como teimosia.


Água


O elemento Água é um pouco menos sólido e estável do que a Terra, mas ainda menos dinâmico e mutável que o Ar ou o Fogo. Ao contrário do Ar, é mais obviamente limitado pela gravidade e, ao contrário do Fogo, não emite energia. A água é um elemento que flui, sempre encontra o caminho de menor resistência e assume a forma de qualquer recipiente ou ambiente em que venha. Por ser mais suscetível à influência mutável da energia do que a Terra, ele pode ser evaporado dos lugares mais baixos e quentes e, em seguida, ser colocado novamente, especialmente nos lugares mais altos ou mais frios. Por causa dessa dinâmica, como todos sabemos, ela cria um ciclo que flui e nutre a Terra e torna a Vida possível. Se a Água fosse um pouco mais inerte, ela simplesmente ficaria no oceano e seria uma piscina gigante; se fosse um pouco menos inerte, ficaria acima da Terra na forma de nuvens e nunca mais voltaria para baixo. Como tal, a água ocupa um lugar especial entre os elementos, pois toca e viaja entre todos eles, estando em alinhamento com a sua qualidade essencial de fluxo.

Em termos de simbolismo, normalmente vemos a Água como uma representação de emoção, mas por quê? Novamente, como acontece com a Terra, é principalmente por causa da semelhança experiencial das qualidades essenciais da água com as de nossas emoções. Como a água, nossas emoções simplesmente fluem através de nós, com base em tudo o que ocorre em nossa experiência, em relação ao relativo dinamismo energético da mudança. Por exemplo, um excesso de Fogo ou mudança energética em nossas vidas vai aquecer nossa Água, que geralmente experimentamos como raiva ou paixão. Nesses casos, podemos dizer que as coisas estão ficando “úmidas” ou que “esquentamos” de raiva. Por outro lado, se houver uma relativa falta de mudança dinâmica e energética, nossas emoções podem se tornar totalmente sólidas, como gelo, e as pessoas em um estado que chamamos de frio ou frígido, porque sua emoção / Água parou de fluir, tornou-se como a Terra. Quando nossas emoções estão em seu estado líquido normal de fluxo, nós as vivenciamos como simplesmente vindo por conta própria, não particularmente sob nosso controle, e elas "passam por cima" de nós ou nos atingem "como ondas". Consequentemente, a Água geralmente representa emoção. 


A parte inerte do espectro elemental



À medida que examinamos os primeiros dois elementos, torna-se óbvio que eles representam pontos diferentes ao longo de um espectro. Qual é a natureza desse espectro, qual é a variável primária? O espectro parece variar desde os elementos mais inertes, o que significa também aqueles mais limitados pela força da gravidade ou inércia, e menos suscetíveis à força da mudança energética e do movimento, ou talvez liberdade de movimento. Na astrologia, isso corresponderia às qualidades de ser mutável ou fixo. Assim como vemos os elementos como representando aspectos de si mesmo, eles também são vistos como partes ou estados de espírito e experiência que são mais ou menos suscetíveis à inércia e mudança, quietude e dinamismo e, talvez, Ordem e Caos.

Dentro desses dois elementos, podemos ver este espectro começar a emergir, já que a Terra é mais limitada e menos suscetível à mudança energética, e a Água um pouco menos, com sua capacidade de mudar, torna-se temporariamente como a Terra sólida ou o Ar gasoso, enquanto sua qualidade mais essencial é fluir entre eles. Aqui estão muitas pistas para o mistério dos elementos e, à medida que continuarmos nossa jornada no próximo post, veremos ainda mais significado e obteremos uma maior compreensão do que os elementos estão dentro de nós. 


Escrito Por Johnathan Dinsmore para Universal Freemasonry

Traduzido Por: Paulo Maurício M. Magalhães - MM - MRA - FRC

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