POR QUE SOU MAÇOM

 POR QUE SOU MAÇOM? 

Ralph G. Rudd P.D.D.G.M. Mannuille. 

 

Quantas vezes nós, maçons, nos fazemos essa pergunta – e quantas vezes tentamos uma resposta? A questão é fundamental e também individual. A menos que um maçom possa responder por si mesmo, nem sua Loja nem sua Grande Loja podem responder pela ordem como um todo. 

Deve haver uma razão relevante pela qual uma pessoa escolhe ser maçom. Como prova dessa razão, cada Irmão deve tentar uma resposta, mesmo que apenas para si mesmo. Vamos examinar aqui algumas das possiveis respostas para a pergunta. 

Nestes dias com tensões de todo tipoao nosso redor, há uma necessidade gritante de uma agência, organização ou instituição que possa fornecer um terreno comum sobre o qual os homens possam concordar e se unir. A maçonaria estabelece princípios fundamentais sobre os quais homens de vários credos, raças e inclinação política podem concordar. Em uma civilização sitiada por todos os lados e dilacerada por vários conflitos, isso pode se provar inestimável – um causa comum para nos unir. 

"EU SOU MAÇOM PORQUE – A Maçonaria ensina e promove a harmonia e a concórdia entre seus membros e inculca os princípios fundamentais do Amor Fraterno, do Alívio e da Verdade." 

No mundo de hoje, há uma onda de cinismo minando os valores dos homens, não importa quão dignos ou dedicados ao serviço e bem-estar da humanidade eles possam ser. 

A noção de que "cada homem tem seu preço" é generalizada, implicando uma vontade de ser comprado. Nossa Ordem proclama que o dever de uma pessoa é lidar com justiça, amar a misericórdia e andar humildemente com Deus. 

"SOU MAÇOM PORQUE a maçonaria ensina que a honra, a honestidade e a modéstia ainda são os bens maiores da humanidade." 

Um dos principais deveres da humanidade é ser economicamente eficiente. Cada indivíduo deve contribuir para o seu bem-estar econômico, de sua família e de sua comunidade. Essa responsabilidade de contribuir é essencial para o valor pessoal e a autossuficiência. 

"SOU MAÇOM PORQUE a maçonaria ensina, entre outras coisas, que devemos praticar as virtudes morais e sociais da autossuficiência e da autoajuda." 

Toda pessoa é dotada da capacidade de felicidade. O autodesenvolvimento é motivo de muita alegria. A Arte Real nos incentiva a estudar a Natureza, a Ciência e a nós mesmos. 

"EU SOU MAÇOM PORQUE a maçonaria fornece o encorajamento e a inspiração para alcançar a felicidade e o contentamento." 

Nosso dever para com o próximo é ser socialmente útil. Devemos nos esforçar para deixar o mundo melhor a partir de nossa presença nele. Independentemente de nosso chamado, devemos encontrar um campo de serviço aos nossos semelhantes. 

"SOU MAÇOM PORQUE a maçonaria enfatiza nossa responsabilidade de viver para que as gerações seguintes possam se alegrar com os benefícios sociais resultantes de nossos esforços." 

A essência do cristianismo está nos atos de Cristo de fazer o bem. Viver de acordo com esse princípio poderia resolver muitos problemas globais e liberar tensões na civilização. 

"EU SOU MAÇOM PORQUE A Maçonaria oferece a oportunidade de dar um significado prático à Regra de Ouro: faça aos outros o que gostaria que fizessem a você."  

Por fim, podemos dizer:  

"EU SOU MAÇOM PORQUE a maçonaria me atrai." Oferece comunhão, uma influência abençoada, uma fé simples, mas profunda, e uma filosofia que combina amor e sabedoria.  

Acima de tudo, proporciona a oportunidade de SER MAÇOM.

O propósito da vida

 O propósito da vida não é felicidade: 
é utilidade

 por Darius Foroux

Traduzido de: https://medium.com/darius-foroux/the-purpose-of-life-is-not-happiness-its-usefulness-65064d0cdd59

 

Por muito tempo, acreditei que só há um propósito na vida: Ser feliz.

Certo? Por que mais passar por toda a dor e dificuldade? Se não for para alcançar a felicidade de alguma forma.

E não sou a única pessoa que acreditou nisso. Na verdade, se você olhar ao seu redor, a maioria das pessoas está buscando a felicidade em suas vidas. Intrinsecamente isso não está errado. Porém se tomaremos esta busca como objetivo em si só pode não ser a melhor opção.

É por isso que coletivamente compramos bugigangas que não precisamos, vamos para a cama com pessoas que não amamos e tentamos trabalhar duro para obter aprovação de pessoas que não gostamos.

Por que fazemos essas coisas? Para ser honesto, não me importo com o motivo exato. Não sou cientista. Tudo o que sei é que tem algo a ver com história, cultura, mídia, economia, psicologia, política, era da informação, você escolhe... A lista é interminável.



Somos quem somos.

Vamos combinar. A maioria das pessoas adora analisar por que as pessoas não são felizes ou não vivem vidas gratificantes. Não me importo necessariamente com o porquê.

Eu me preocupo mais em como podemos mudar.

Há poucos anos, fiz de tudo para correr atrás da felicidade.

  •          Você compra alguma coisa e acha que isso te deixará feliz.
  •          Você se conecta com as pessoas e acha que isso te fará feliz.
  •          Você consegue um emprego bem remunerado, do qual não gosta, e acha que isso te deixará feliz.
  •          Você sai de férias e acha que isso te deixará feliz.

Mas, no final do dia, você está deitado em sua cama (sozinho ou ao lado de seu cônjuge) e pensa: "O que vem por aí nessa busca incessante pela felicidade? Qual o próximo desafio?"

Bem, eu posso te dizer o que vem a seguir: você, perseguindo uma coisa qualquer que você acredita que te fará feliz.

É tudo uma fachada. Uma farsa. Uma história inventada.

Aristóteles se enganou quando disse:

"A felicidade é o sentido e o propósito da vida, todo o objetivo e fim da existência humana."

Penso que temos de olhar para essa citação de um ângulo diferente. Porque quando você lê, você pensa que a felicidade é o objetivo principal. E é mais ou menos isso que a citação diz também.



Mas aí está a coisa: como você alcança esta tal de  felicidade?

A felicidade não pode ser um objetivo em si mesmo. Portanto, não é algo que seja alcançável.


Acredito que a felicidade é apenas um subproduto da utilidade.

Quando falo sobre esse conceito com amigos, familiares e colegas, sempre acho difícil colocar isso em palavras. Mas vou tentar aqui.

A maioria das coisas que fazemos na vida são apenas atividades e experiências.

  •          Você sai de férias.
  •          Você vai trabalhar.
  •          Você vai às compras.
  •          Você saboreia bebidas.
  •          Você janta algo especial.
  •          Você compra um carro.

Essas coisas devem te fazem feliz, certo? Mas não são úteis. Você não está criando nada. Você está apenas consumindo ou fazendo algo. E isso é ótimo, mas não sacia.

Não me entenda mal. Eu adoro ir de férias, ou ir às compras às vezes. Mas, para ser honesto, não é isso que dá sentido à vida.

O que realmente me deixa feliz é quando sou útil. Quando crio algo que os outros podem usar. Ou mesmo quando crio algo que posso usar.

Durante muito tempo tive dificuldade em explicar o conceito de utilidade e felicidade. Mas quando recentemente me deparei com uma citação de Ralph Waldo Emerson, os pontos finalmente se conectaram.

Emerson disse:

"O propósito da vida não é ser feliz. É ser útil, ser honrado, ser compassivo, fazer alguma diferença que você tenha vivido e vivido bem."

E eu não entendia isso antes de me tornar mais consciente do que estou fazendo com a minha vida. E isso pode soar pesado, mas na verdade é muito simples.



Resumindo: Quais das suas ações estão fazendo a diferença?

Você fez coisas úteis em sua vida? Você não precisa mudar o mundo nem nada. Basta torná-lo um pouco melhor do que antes de você nascer.

Se você não sabe como, aqui estão algumas ideias.

  •          Ajude seu chefe com algo que não é de sua responsabilidade.
  •          Leve sua mãe a um spa.
  •          Crie uma colagem com imagens (não digitais) para o seu cônjuge.
  •          Escreva um artigo sobre as coisas que você aprendeu na vida.
  •          Ajude a senhora grávida que também tem uma criança de 2 anos com seu carrinho de compras.
  •          Ligue para seu amigo e pergunte se você pode ajudar com algo.
  •          Construa uma mesa.
  •          Comece um negócio, contrate um funcionário e trate-o bem.

Essas são apenas algumas coisas que eu gosto de fazer. Você pode criar suas próprias atividades úteis.

Você viu? Não é nada grande. Mas quando você faz pequenas coisas úteis todos os dias, isso se soma a uma vida bem vivida. Uma vida que importa de verdade.

A última coisa que eu quero é estar no meu leito de morte e perceber que não há nenhuma evidência de que eu tenha existido.

Recentemente li Not Fade Away, de Laurence Shames e Peter Barton. O Livro fala de  Peter Barton, o fundador da Liberty Media, que compartilha seus pensamentos sobre morrer de câncer.

É um livro muito poderoso e com certeza vai trazer lágrimas aos seus olhos. No livro, ele escreve sobre como viveu sua vida e como encontrou seu chamado. Ele também fez faculdade de administração, e foi isso que ele falou sobre seus colegas candidatos ao MBA:

"Resumindo: eram pessoas extremamente brilhantes, que nunca fariam nada, nunca acrescentariam muito à sociedade, não deixariam nenhum legado. Achei isso terrivelmente triste, da mesma forma que o potencial desperdiçado é sempre triste."

Isso pode ser dito, infelizmente, sobre a maioria de nós.

Outra pessoa que sempre se faz útil é Casey Neistat. Durante três anos, ele postou um novo vídeo sobre sua vida e obra no YouTube. E em todos os vídeos, ele está fazendo alguma coisa.

Ele também fala sobre como sempre quer fazer e criar algo. Ele tem até uma tatuagem no antebraço que diz "Faça mais".

Talvez a maioria das pessoas diga: "mas por que você trabalharia mais?" E então elas ligam a Netflix e maratonam episódios da última série de TV que saiu. E não entendem porque estão deprimidas



Uma mentalidade diferente.

Ser útil é uma mentalidade. E como em qualquer mentalidade, começa com uma decisão. Um dia acordei e pensei: O que estou fazendo por este mundo? A resposta foi nada.

E nesse mesmo dia comecei a escrever. Para você pode ser pintar, criar um produto, ajudar idosos ou qualquer coisa que você sinta vontade de fazer.


Não leve isso como um peso. 

Não pense demais. 

Basta FAZER algo que seja útil. 

Qualquer coisa!




O Simbolismo e os literalistas

 

O Simbolismo e os literalistas


Recortado de: https://blog.philosophicalsociety.org/2020/12/14/symbolism-and-the-literalists/ 

O fundamentalismo está em toda parte.

Sejamos claros: fundamentalismo é a estrita adesão aos princípios básicos de qualquer assunto ou disciplina. Na maioria dos casos, as pessoas a usam para discutir a adesão religiosa à "palavra" de qualquer religião em particular como sendo absolutamente verdadeira e literal, em todos os sentidos.

Você pode ser, no entanto, um bailarino fundamental, barista ou mecânico de carros. E, também para ser justo, ser um "fundamentalista" não é necessariamente um coisa ruim. Tudo se resume a um recurso adicional: uma mente aberta. Tolerância não significa que você saia com os pontos de vista de outra pessoa sendo sua nova verdade ou uma mente completamente mudada. Significa apenas ser capaz de aceitar que o que preenche o universo pode ser um pouco maior do que o seu próprio fundamentalismo.

O que isso tem a ver com o Simbolismo? Acabei de ler um artigo recente sobre o símbolo da caveira na Maçonaria. O artigo, está bem escrito e um tanto chocante para mim. Como poderia alguém que tenha sido maçom por qualquer período de tempo, em tudo, pensar que o crânio representa algo horrível e a ser temido?

Então, eu percebo, há literalistas na Maçonaria, como há em toda parte. Eles podem não entender a ideia de ensinar através do simbolismo ou que os símbolos são mecanismos de comunicação humana destinados a agitar o profundo inconsciente e subconsciente, como diz Joseph Campbell. Então, vamos dar uma olhada no propósito do simbolismo.

Livros, tomos, volumes, cavernas, papiros, paredes e estelas foram escritos sobre símbolos, seus significados, seus outros significados e significados ainda mais estranhos. Existem inúmeros volumes sobre as mais diversas visões da sociedade sobre o que um determinado pictograma significa. Um gato significa a vida após a morte e significa limpeza, ou atenção, ou paciência ... E por aí nós vamos.

Isso é muito bom, mas o que é simbolismo? O que é um símbolo? Simbolismo é usar símbolos para representar ideias ou qualidades. Um símbolo é algo que simplesmente é uma imagem que substitui outra coisa. Não é o que é, mas o que pode representar, ou uma qualidade que exala. Assim, uma imagem de um gato pode ser um gato. Também pode substituir a ideia de paciência, observância ou hospitalidade. O que importa aqui é o contexto. Às vezes, um charuto realmente é apenas um charuto. Às vezes, como Freud tão eloquentemente cutucou, não é.

Por sua própria definição, um literalista não pode entender o simbolismo. Um literalista não vê, não pode, ver esse gato como qualquer coisa além de um gato. Um fundamentalista toma as palavras pelo seu significado exato; não existe alegoria, metáfora ou simbolismo. Não pode haver, senão quebra a própria ideia do seu fundamentalismo. Os fundamentalistas devem ter um momento muito difícil nos clubes de comédia. A questão é que muitos conflitos vêm de uma discussão literalista e não literalista sobre o significado. As religiões se fragmentam com base em um significado simbólico ou literal de um único texto. As duas maneiras de abordar o pensamento, a mente, a descoberta são desafiadas todos os dias a se unirem.

Os símbolos estão lá para a mente exploradora. Os símbolos expandem nossas maneiras de pensar sobre algo e nos impedem de seguir uma única faixa. Ele quebra o fundamentalismo e fornece novos caminhos neurais de consciência. O que é preciso? Sim, uma mente aberta. É preciso uma mente curiosa. É preciso uma mente que nos tenha medo de ser diferente do que já foi. Pode até ser necessário um pouco de conforto no caos e na desarmonia da descoberta.

O maçom é um aventureiro, um explorador. Ela está procurando um mundo maior do que ele mesmo, maior do que seu roteiro atual. Ela está procurando construir um mapa de imaginação e maravilhamento. Os maçons discutem e debatem símbolos porque, para o maçom, um símbolo é apenas um ponto de partida. Os símbolos assumem uma miríade de significados, todos sendo corretos em algum nível, certos em algum nível. Quando compartilhamos nossas descobertas com outras pessoas, estamos oferecendo um guia de uma nova terra. Estamos abrindo portais para uma existência mais ampla, não apenas para um, mas para todos. O objetivo é a busca da Verdade. Não uma verdade, ou a opinião de uma pessoa, mas a Verdade – a ideia fundamental de porque estamos aqui.

Assim, eu acho que seria muito difícil para alguém que é um literalista ou fundamentalista ser um maçom. Mesmo os maçons "fundamentais" estão lutando em decadência. Descoberta gera criatividade e criatividade é crescimento. Um literalista pode ser um descobridor? Eu acredito que não!

Rito de York vs. Rito Inglês

 Rito de York vs. Rito Inglês

Reproduzido de Freemason.pt

Tem sido afirmado que “um Rito na Maçonaria é uma coleção de graduações ou graus sempre fundados nos três primeiros graus.” Esta definição é totalmente enganosa, e constitui um grave erro chamar de “Rito Americano”, o “Rito de York” conferido nos Estados Unidos.

Com a finalidade de adicionar “mais luz” ao assunto, podemos afirmar que nos Estados Unidos existem dois Ritos Maçónicos conhecidos como Rito de York e Rito Escocês Antigo e Aceito.

Ambos são nomes equivocados, se o nome do Rito se destina a indicar o seu parentesco ou lugar de nascimento. O Rito de York não nasceu na antiga cidade de York, nem o Rito Escocês Antigo e Aceito foi gerado na Escócia.

O chamado Rito de York é o resultado de uma evolução na Inglaterra do Craft Operativo de um Grau de 1717, para um sistema de seis ou mais graus, conforme é praticado atualmente nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Escócia e Irlanda. O Rito Escocês evoluiu do Rito de Perfeição de 25 graus, com a adição de mais oito em Charleston, Carolina do Sul em 1801, onde o Supremo Conselho Matriz foi formado.


Se for para qualquer um dos ritos ser conhecido como o Rito Americano, o título provavelmente pertence ao Rito Escocês Antigo e Aceito. Para designar o chamado Rito de York nos Estados Unidos como o Rito Americano, seria ainda mais absurdo do que chamá-lo de Rito de York, para ele não é nenhum dos dois.

O que se entende pela palavra Rito? Um Rito é definido como “Um costume de prática de um tipo formal; um procedimento formal de uma observância religiosa ou solene”. Mas, tal procedimento religioso ou observância solene deve ter um fim ou propósito definido. Ele deve ter uma ideia objetivo. Uma ideia central que a cerimónia do processo se destina a transmitir. A cerimónia pode ser breve ou volumosa, simples ou ornamentada, mas a ideia central deve ser mantida e alcançada, como acontece no Rito do Baptismo, no Rito de Casamento, no rito do Santíssimo Sacramento, etc.

A ideia central ou pivô em torno do qual todas as cerimónias maçónicas ou Graus deve girar é a Perda, a Recuperação e a Interpretação da Palavra de Mestre. Esta ideia objetivo deve ser o núcleo de um sistema de Graus, e sem o que nenhum sistema de Graus pode ser chamado de Rito.

Qualquer série de Graus, embora intimamente ligados, que não contenha a ideia central de Perda, Recuperação e Interpretação não pode ser chamada de um Rito Maçónico. Esta é a ideia objetivo ou pivô do chamado Rito de York. O número de Graus num rito é meramente eventual. Não importa se há três ou 33 graus, desde que a ideia central, o fim de todo simbolismo maçónico esteja presente.

A Perda e Recuperação, com uma Interpretação positiva, ou a Perda e Recuperação, com uma Interpretação geral ou individual, é a própria essência de um Rito.

A perda é simbolizada nos Graus do Craft ou Loja, a Recuperação é simbolizada no Arco Real.

No Rito de York, a interpretação do simbolismo do Arco Real é deixada para a interpretação individual do Maçom do Arco Real, ou ela encontra a sua interpretação positiva e especial à luz da nova graduação, conforme ensinado na Ordem Maçónica da Cavalaria Cristã.

Os Três Graus de Loja Azul ou Craft, o Real Arco, e as Ordens Unidas dos Cavaleiros do Templo e de Malta são os graus essenciais do Rito de York. Os graus de: Mestre de Marca,  Past Master, Mui Excelente Mestre, Mestre Real, Mestre Escolhido e a Ilustre Ordem da Cruz Vermelha não são essenciais, nem essencialmente necessários para o Rito de York, mas eles são de grande ajuda na elucidação do simbolismo da ideia central do Rito e eles adornam e ampliam o Rito. Os Graus de Loja, o Arco Real, e as ordens maçónicas de Cavalaria Cristã constituem o chamado “Rito de York”. Eliminar o Real Arco seria como remover a pedra fundamental de um arco, e todo o tecido se esfacelaria e cairia.

Em essência, o Rito de York é o mesmo nos Estados Unidos que é em cada província ou país do Império Britânico; por outras palavras, é essencialmente o mesmo no mundo anglo-saxão. Mas cada país tem o seu próprio sistema. Nos Estados Unidos, ele consiste de sete graus e três Ordens; no Canadá, de seis Graus e três Ordens, embora o Canadá tenha adicionado os excelentíssimos graus no Capítulo e a Cruz Vermelha da Comanderia para harmonizar, com a finalidade de visitação com os Estados Unidos; na Inglaterra, ele consiste em quatro Graus e duas Ordens; na Irlanda, de cinco Graus e duas Ordens; na Escócia, o sistema se parece bem de perto com o da Irlanda. O grau excelentíssimo é desconhecido no Império Britânico, exceto no Canadá; na Inglaterra, o grau de Mestre de Marca está sob o controle de uma Grande Loja de Mestres Maçons de Marca.

Note-se que nos países mencionados, o número de Graus no Rito varia, mesmo que os Graus tenham o mesmo nome, eles variam nas cerimónias de apresentação da mesma verdade. O Grau de Mestre na Pensilvânia varia muito em relação ao mesmo Grau nos outros Estados, embora seja simbolicamente o mesmo. O Arco Real nos Estados Unidos é mais dramático na sua forma do que o da Inglaterra e Canadá, ainda que essencialmente seja o mesmo.

A Ordem do Templo no Ritual Inglês é breve; no Ritual Canadense é mais elaborada e tem as suas características militares; nos Estados Unidos, ela é mais prolixa, possivelmente mais ornamentada e dramática, mas é essencialmente a mesma em todos estes países.

Os Rituais da Ordem de Malta nesses países são tão semelhantes que uma pessoa que esteja familiarizada com um pode facilmente usar o outro; mesmo um observador casual pode ver facilmente que este assim chamado “Rito de York”, em essência é o mesmo em todos os lugares onde a língua inglesa é falada. A Concordata adoptada em 1910 pelos Poderes do Templo do Mundo, sublinha este grande facto.

O nome “Rito de York” é um erro indesculpável, pelo menos um erro lamentável. Nunca existiu um Rito de York. Não é necessário entrar em qualquer discussão sobre as reivindicações da Grande Loja de York ou um sistema York de Maçonaria, pois a questão foi resolvida além de qualquer controvérsia. O nome “Rito de York” é uma herança dos antepassados da Maçonaria nos Estados Unidos, que eram mais hábeis em alterar o ritual do que na história da Maçonaria. Isto torna-se especialmente evidente, quando se lembra que a efémera Grande Loja de York jamais forneceu carta constitutiva a qualquer loja na América. A Maçonaria dos Estados Unidos começou com a Grande Loja Provincial de Massachusetts, então sob a Grande Loja da Inglaterra (Modernos), com Price como Grão Mestre. A Grande Loja de Inglaterra (Antigos) e a Grande Loja da Escócia emitiu cartas constitutivas para lojas na América, e é razoavelmente possível, que antes da união das duas Grandes Lojas da Inglaterra, o Arco Real e as Ordens Maçónicas de Cavalaria Cristã eram conferidos neste País pelas Lojas militares ligadas aos Regimentos irlandeses estacionadas nas colónias. Para resumir tudo, o nosso chamado Rito de York é o Rito Inglês vestido com roupas mais fantasiosas.

O nome “Rito de York” deveria ser eliminado e substituído pelo nome de Rito Inglês. Tendo em consideração os factos precedentes quanto ao que constitui um rito, nós, nos Estados Unidos estamos praticando ou formulamos um sistema americano do Rito Inglês; não um Rito Americano como é frequente e erroneamente chamado, mas um sistema de Graus do Rito Inglês; que deveria ser conhecido como o Rito Inglês, ou Rito anglo-saxão.

F. Kuhn

Tradução de José Filardo

Fonte       • The Builder – November 1916

                • Publicado em: http://www.masonicdictionary.com/yorke.html






O Ponto dentro do Círculo

 ATRÁS DO SÍMBOLO MAÇÔNICO: O PONTO DENTRO DE UM CÍRCULO 



Reproduzido de Freeemason.pt

Este artigo explora a história do ponto dentro de um círculo, um símbolo de grande significado no ritual maçônico, em particular nos EUA com origens que antecedem a maçonaria especulativa.
A Maçonaria anglo-saxónica adopta um símbolo esquecido pela Maçonaria Brasileira. Trata-se do símbolo que os Maçons de língua inglesa denominam “O ponto dentro de um círculo”, e que é visto nos painéis das lojas.
Muitos estudantes consideram este símbolo como pertencente exclusivamente ao terceiro grau. Mas, se recorrermos à antigos catecismos maçónicos ou até a instruções mais recentes, encontramos este símbolo na explicação do primeiro painel. Ele figura em muitos dos antigos painéis (Publicado em freemason.pt) do primeiro grau e as instruções dizem-nos que “em toda Loja regular e legalmente constituída há um ponto dentro de um círculo, cujos limites (a Virtude e o Amor ao Próximo) o Maçom não deve ultrapassar. ”


Derivados dos pedreiros operacionais de antigamente, as práticas e lições da Maçonaria são fundadas sobre os princípios da geometria. Seus ensinamentos esculpiram maçons em homens melhores, guiados pelos três valores centrais do Amor Fraternal, Alívio e Verdade. Como qualquer mason sabe, chegar ao coração das filosofias e ensinamentos éticos da Maçonaria requer estudo e prática contínuos. Velado na alegoria, extrair a sabedoria desses ensinamentos requer uma compreensão completa dos muitos símbolos dos rituais maçônicos. Um desses símbolos que os maçons encontram com frequência é o ponto dentro de um círculo.



No RITUAL MAÇÔNICO 



Na história recente, a Maçonaria adotou sua interpretação dessa imagem, com o ponto no centro do círculo representando o homem individual ou Mason. O círculo representa a linha entre nossas paixões, vícios, preconceitos e aqueles ao nosso redor. Como maçons, trabalhamos todos os dias para evitar que nossos interesses egoístas passem além do círculo e quedem nosso dever com nosso Deus e seu semelhante. As duas linhas paralelas perpendiculares representam os santos padroeiros da Maçonaria: São João Batista e São João Evangelista. Explore mais sobre o João dos Santos Sagrados em outro blog.
Da mesma forma, outra interpretação descreve que o círculo representa a linha de fronteira do dever do Maçom para com Deus e seus irmãos. Residindo dentro do círculo, é um lembrete de que devemos manter a decência e a boa vontade para com nossos irmãos e companheiros humanos enquanto nos esforçamos para viver de acordo com os ideais da Maçonaria.
Ainda assim, outra interpretação dos maçons é que o ponto no círculo refere-se à circunambulação que um novo iniciado é necessário fazer sobre o Altar sagrado na sala de alojamento enquanto os Irmãos estão em duas linhas paralelas. Uma das representações familiares do símbolo inclui um "B" no lado esquerdo da linha vertical esquerda para João Batista, um "E" no lado direito externo da linha direita, e o Volume da Lei Sagrada acima do círculo.



ORIGENS ANTIGAS 


Como acontece com muitos símbolos maçônicos, não se sabe quando ou onde o ponto dentro do círculo se originou pela primeira vez. Ao longo dos tempos, houve representações alternativas, e ela tem mantido muitos significados que são diferentes de seu significado na alvenaria moderna. 
Por exemplo, sabemos de uma variação esculpida em monumentos egípcios antigos. Nestes casos, o Alfa e o Ômega, ou símbolo de Deus, mostra o círculo ladeado por duas cobras perpendiculares em vez das linhas retas que vemos na alvenaria moderna.
Embora as primeiras instâncias deste símbolo possam não ser conhecidas, podemos ter certeza de que o ponto dentro de um círculo não se originou em 1717, quando a primeira Grande Loja foi estabelecida na Inglaterra. Independentemente disso, como interpretado na maçonaria especulativa contemporânea, ela tem um significado significativo para os maçons em todo o mundo. 
Serve como um lembrete para viver uma vida guiada pela moral de nossa irmandade para que possamos nos tornar homens melhores tendo uma influência positiva sobre nossas comunidades e aqueles mais próximos de nós.

Relacionamentos

                         Relacionamentos





Geralmente, quando se vê análises sobre relacionamentos, sempre se prioriza uma visão feminina. Não saberia dizer a causa disso. Será que a maioria dos estudiosos do assunto são mulheres, ou será que as mulheres expressam melhor seus sentimentos e por isso seu ponto de vista é mais conhecido. Não saberia afirmar. Adicionalmente, tenho que deixar claro que não sou formado na área e muito menos posso ser chamado de estudioso do assunto; sou apenas um homem que pensa muito e resolveu escrever a sua opinião. Sinta-se livre para discordar totalmente.

Segundo minha percepção, as relações são analisadas prioritariamente do ponto de vista da mulher: como ela se sente, como ela se porta e o que ela deseja. Naturalmente, isso é importante, afinal uma relação é feita de (pelo menos) duas pessoas e ambas são capitais para que as coisas funcionem. A questão que quero deixar é: como o homem fica nesta estória?

As mulheres atuais são as filhas e netas daquelas que fizeram a chamada “Revolução sexual”, aquelas que libertaram as mulheres daquele papel fossilizado de ser apenas a mulher do lar. Hoje elas acabam vivendo um problema quase que inverso, terem que escolher a qual das frentes (lar ou trabalho) vão se dedicar (e sofrerem críticas seja qual for a escolha) ou tentam ser as duas e fazem as duas coisas ao mesmo tempo. Naturalmente isso aumenta o conflito interno, o desgaste, o stress e bagunça todo o cenário.

Mas com qual homem estas mulheres estão se relacionando? Bem, aqui entra a observação totalmente empírica deste homem em particular. A verdade é que as mães da geração anterior não souberam ensinar seus filhos homens como deveriam ser os maridos da próxima geração e nem visualizar seu papel social neste novo arranjo. Antes de mais nada tenho que deixar claro que não demando isso daquelas mães dos anos 60, como se elas fossem as únicas responsáveis por educar uma geração, mas porque aqueles homens não tinham ideia do que estava acontecendo. Ou ensinavam seus filhos homens do mesmo jeito que tinha aprendido (gerando aos “machões” que ainda vemos por aí) ou deixavam com as mães que naturalmente teriam dificuldade de entender e adaptar o papel masculino.

O fato é que estes meninos cresceram vendo a mãe e as irmãs desempenhando um novo papel na sociedade, mas não tinham um modelo de como ele se encaixaria nisso. Ser o provedor, o esteio e a “autoridade” no lar não eram mais a referência para ele. Então qual é a referência? Bem, é isso que esta geração está tateando e tentando encontrar. Vemos pessoas tentando todo o tipo de solução, e as vezes, errando tragicamente.

Para somar a este caldeirão, devemos considerar o conflito do feminino que citamos anteriormente. A mulher moderna está livre para escolher seu papel, mas muitas vezes hesita, pois há pressões em ambos os sentidos. Agora coloquemos na equação um homem que está sem modelos e não sabe nem mesmo a natureza do(s) papeis que são esperados dele neste novo arranjo. A chance de um “match” fica bastante pequena com tantas variáveis.

Na verdade, essas novas mulheres também precisam refletir e ressignificar o homem que elas realmente procuram e e com o qual dariam conta de se relacionar. Muitas vezes mulheres que saíram para o mercado de trabalho e suas profissões ainda não entenderam que não dão conta de se relacionar com homens do antigo perfil “alfa”, mas elas ainda procuram esse homens. Estas mesmas mulheres reclamam de falta de sensibilidade masculina, mas acabam menosprezando os homens que falam o que sentem, que são sensíveis, gostam de dialogar, choram... etc...

Assim, aquela mulher que escolheu se dedicar à sua profissão e que acabou casando-se com um homem que optou por ficar dando suporte. Só que quando ela chega do trabalho e demanda o apoio e proteção do marido “esteio” (como ela via no pai quando criança) o companheiro dela não sabe o que fazer. Quanto mais ela assume o papel mais ativo da família, se torna o “esteio”, mais se frustra quando ele não tem “pegada” na “hora H”. Essas mulheres, não precisam mais de alguém que pague suas contas, mas que valide ou desvalide como ela está empregando esse dinheiro, esse tempo. Estabelecer esse ranking de prioridades era uma coisa comum (apesar de nem sempre bem feita) para o masculino e elas se perdem entre as prioridades das necessidades pessoais, profissionais, pessoais, conjugais.

Também pode haver aquela que escolheu (livremente, fique claro) cumprir um papel de mãe e núcleo da casa, mas não é (nem deve ser) submissa como sua mãe foi e se frustra, pois acabou atraindo um companheiro muitas vezes “machão à moda antiga” que não a entende e nem a valoriza.

Naturalmente, é impossível dar exemplo de todas as combinações e situações possíveis aqui. Apenas desejava ilustrar que estes homens não têm noção do que se espera deles e, para ajudar, não foram ensinados a considerar seus sentimentos, seu papel e buscar compreender a si mesmo para se posicionar melhor.

No fundo estas novas mulheres precisam de um esteio onde elas possam aprender novamente e se permitir ser o sexo frágil. Hoje a nossa cultura só aplaude as mulheres maravilhas, guerreiras, heroínas, gostosas e ainda no salto alto. E os homens destas mulheres precisam entender que a força dele não tem que estar em ser o machão que dá suporte material à família, mas pode ser aquele que dá suporte emocional e validação à companheira que escolheu. Só que para isso ele tem que encontrar a segurança de que ele pode ser aquilo que ele é.

Na verdade, essa é a ideia chave que quero defender: o homem moderno tem que aprender a entender como ele (individualmente) se sente, qual o papel ele prefere desempenhar e aí ele poderá encontrar a companheira certa. Da mesma forma que lugar de mulher é onde ela quiser, também o homem pode ser como ele desejar (respeitando o outro, é claro) só que para terem um relacionamento satisfatório as pessoas terão que procurar parceiros alinhados (ou seria complementares) com a sua visão.

A nossa cultura e sociedade infere nas mulheres uma divisão entre a oral (a antiga) e a rígida (novo papel social). As mães e avós que queriam "se libertar" foram enganadas... saíram de casa, foram pegar trânsito, trabalhar fora 8 horas por dia, voltar pra casa e continuar uma segunda jornada de afazeres domésticos e educação de filhos, e continuar nesse ritmo exaustivo por 35 anos para poder, após tudo isso, realizar o sonho de FICAR EM CASA!

Já os Homens tendem a buscar ser rígidos ou masoquistas e não acharam o caminho da oralidade. É por isso os homens que são "orais" vem ganhando um certo destaque muitas vezes nas relações. A questão é que a maioria ainda não se sente seguro neste papel.

Não tenho a expectativa de apresentar qualquer solução aqui. Como já disse, não sou da área, mas acredito que nós, homens, temos que nos repensar mais e nos livrar do peso de “saber de tudo” herdado dos nossos pais. Enquanto fizermos de conta que sabemos de tudo não acharemos a verdadeira solução e estaremos nos condenando a saltar entre relações infelizes (para elas ou para nós). Quando assumirmos a nossas dúvidas poderemos responder a elas e aí seguir em frente com a verdadeira certeza de nosso lugar no mundo e naquela relação. Temos que falar, especialmente com nossas companheiras, senão tudo virará um jogo de adivinhação. Como diz o Tao, tudo nasce do seu inverso, não de seu semelhante. Quando assumirmos a “fragilidade de não sabermos nosso novo papel, encontraremos a verdadeira força de saber qual é este papel.

 






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