O Templo de Jerusalém


O Templo de Jerusalém


HISTÓRICO

O Templo de Jerusalém é o nome dado ao principal centro de culto do povo de Israel. O primeiro templo usado pelos hebreus foi o Tabernáculo, chamado de Templo do Senhor.
O Templo de Jerusalém situava-se no cume do Monte Moriá (2 Crônicas 3:1), no leste de
Jerusalém. De acordo com a Bíblia, o Primeiro Templo foi construído no local onde Abraão havia oferecido Isaque como sacrifício (Gênesis 22:2). O templo foi construído durante o reinado de Salomão, utilizando o material que havia sido acumulado em grande abundância por seu antecessor, o Rei Davi. Foi solenemente inaugurado por Salomão em aproximadamente 950 AC (1 Reis 7 e 8), mas destruído completamente até os alicerces em 586 AC por Nebuzaradã, chefe da guarda e servidor do rei Nabucodonosor da Babilônia (2 Reis 25:8-17, 2 Crônicas 36:15-19). Após a construção do templo, ele permaneceu treze anos sem ser usado, por motivos desconhecidos. Foi saqueado várias vezes e acabou por ser totalmente incendiado e destruído por Nabucodonosor II, que levou todos seus tesouros para a Babilônia.
Nos quinhentos anos desde o retorno, o templo havia sofrido bastante com o desgaste natural e com os ataques de exércitos inimigos.O segundo templo foi construído por Zerubabel, descendente de Davi e neto piedoso do
ímpio rei Jeconias (ou Joaquim) de Judá. As obras foram iniciadas em 525 AC por ordem de Ciro, rei da Pérsia (Esdras 1:2-4), sobre o local onde fora construído o templo de Salomão (Esdras 2:68), ficando o edifício pronto em 516 AC, quando foi consagrado ao Senhor (Esdras 6:15). Diferentemente do Primeiro Templo, este templo não tinha a Arca da Aliança, o Urim e Tumim, o óleo sagrado, o fogo sagrado, as tábuas dos Dez Mandamentos, os vasos com Maná nem o cajado de Aarão. A novidade deste templo é que havia, na sua corte exterior, uma área para prosélitos que eram adoradores de Deus, mas sem se submeter às leis do Judaísmo.

No decorrer do tempo ele foi dilapidado pela ação dos inimigos e parcialmente arruinado por falta de manutenção. Quase exatamente cinco séculos depois, o rei fantoche Herodes, um edumeu nomeado pelos romanos, ofereceu-se para restaurar o templo a fim de agradar o povo. Sendo aceita a sua oferta, ele iniciou as obras de restauração em 18 AC desenvolvendo um projeto altamente pretensioso e dispendioso, em uma escala muito maior do que o templo original. O edifício principal foi terminado em dez anos, mas Herodes e seus sucessores ampliaram muito a área circundante com aterros, muros de pedra e edificações, e a restauração só foi considerada como concluída 83 anos mais tarde, no ano 65 DC. Este foi o templo existente quando o Senhor Jesus esteve na terra, muito admirado pelos discípulos (Marcos 13:1, Lucas 21:5)

Passados apenas cinco anos depois de terminado, o templo e as outras construções no monte foram totalmente destruídas pelos romanos, junto com a cidade de Jerusalém. Os muros foram em grande parte danificados no tempo das cruzadas. Restou uma parte conhecida como o “muro das lamentações”, onde os judeus costumam fazer as suas preces já há muito tempo, sendo hoje também uma atração turística. Alguns afirmam que o atual Muro das Lamentações era uma parte da estrutura do Templo de Salomão, mas estudos científicos com datação atribuem ao muro idade próxima à década anterior ao nascimento de Cristo, podendo tratar-se do Terceiro Templo também destruído pelos romanos, não há comprovação de sua existência, não há registros extrabíblicos de sua existência.
Atualmente, o cume do Monte Moriá corresponde à região denominada Haram esh-Sherif. No centro, no local onde ficava o antigo templo, existe uma mesquita, chamada de Kubbet es-Sahkra (Domo da Rocha) ou Mesquita de Omar. No centro da mesquita existe uma rocha, onde são feitos sacrifícios.

 

A CONSTRUÇÃO

O Rei Salomão começou a construir o templo no quarto ano de seu reinado seguindo o plano arquitetônico transmitido por Davi, seu pai (1 Reis 6:1; 1 Crónicas 28:11-19). O trabalho prosseguiu por sete anos. (1 Reis 6:37, 38) Em troca de trigo, cevada, azeite e vinho, Hiram ou Hirão, o rei de Tiro, forneceu madeira do Líbano e operários especializados em madeira e em pedra. Ao organizar o trabalho, Salomão convocou 30.000 homens de Israel, enviando-os ao Líbano em equipes de 10.000 a cada mês. Convocou 70.000 dentre os habitantes do país que não eram israelitas, para trabalharem como carregadores e 80.000 como cortadores (1 Reis 5:15; 9:20, 21; 2 Crónicas 2:2). Como responsáveis pelo serviço, Salomão nomeou 3.300 como encarregados da obra. (1 Reis 5:16). Já 1 Reis 5-14 Nos conta que Adonhiram era o mestre de obras que coordenava toda esta construção.

No templo se utilizava escada tipo caracol para subir aos dois pavimentos superiores. Cabe ressaltar que estes pavimentos superiores existiam somente nas laterais e não sobre o Templo propriamente dito como se vê em 1 Reis 6-5 a 8.

O templo tinha uma planta muito similar à tenda ou tabernáculo. A diferença residia nas dimensões internas do Santo e do Santo dos Santos ou Santíssimo, sendo maiores do que as do tabernáculo. O Santo tinha 40 côvados (17,8 m) de comprimento, 20 côvados (8,9 m) de largura e, evidentemente, 30 côvados (13,4 m) de altura. (1 Reis 6:2) O Santo dos Santos, ou Santíssimo era um cubo de 20 côvados (8,9 m) de lado. (1 Reis 6:20; 2 Crónicas 3:8). Observe-se, então, que o templo ocupava uma área de cerca de 40 por 20 metros sendo menor que o gramado de um campo de futebol sete.

 

ASPECTOS SIMBÓLICOS E FILOSÓFICOS

Ao lado da entrada do Santo (o primeiro compartimento), erguiam-se duas colunas de cobre, chamadas “Jaquim” e “Boaz”. (1Rs 7:15-22). Neste aspecto em particular há muita
polêmica na maçonaria, pois existes ritos com as colunas dentro e fora do templo, com Jaquim à esquerda e à direita. Sem entrar no âmago da discussão devemos entender que o templo maçônico não é, nem tem que ser, RÉPLICA EXATA do templo de Salomão, mas inspirado nele.  Interpretado literalmente nunca nossos templos (que na verdade começaram em reuniões em alojamentos de construções e em tavernas) foram idênticos a ele, apenas emprestam sua simbologia. Assim, a discussão destas posições faz sentido apenas no âmbito de determinado rito e da coerência simbólica que aquele rito invoca. Todavia observa-se que o texto bíblico apenas menciona que “Jaquim estava à direita”.  Ora a questão passa a ser qual era a referência para se falar da direita; se a pessoa que entra no templo ou (o que nos parece mais correto) a arca da aliança. Neste segundo caso resulta a posição usada no rito Adonhiramita.

Ainda sobre as colunas vale mencionar a referência do livro “A Chave de Hiram” que nos mostra serem estes pilares representantes do líder temporal (político) e do líder sacerdotal do povo. A Força de BOAZ representa a liderança política e a beleza de JAQUIM, a liderança sacerdotal. Segundo o livro a junção deles (na pessoa de Tiago e de Jesus segundo os autores) permitiriam a manifestação completa de YAHWEH. Esta linha simbólica já era seguida pelos egípcios com os pilares do alto e baixo Nilo.

Outro aspecto que cabe lembrar é que a Arca da Aliança se encontrava no ocidente e não no Oriente. Em Ex 38- 12 a 14 observamos, pela posição das cortinas do tabernáculo, que a entrada ficava para o oriente. Assim o sol nascente iluminava a arca; assim os adoradores de Yaveh voltavam as costas para o sol (o ATON egípcio e deidade de muitas outras culturas) para entrar no templo.

Prosseguindo na análise comparativa com o templo, o véu que separava o santo, do santíssimo, tem equivalente em na balaustrada da loja simbólica que divide o oriente da câmara do meio e no véu em nossa loja de perfeição. Por outro lado, Em Ex 40, particularmente no versículo 22 observamos que a Mesa dos pães se situava ao norte e a direita no Santo e não no Santíssimo. Assim a colocação do Menorah e da Mesa em nosso santuário, também é uma adaptação em relação a descrição bíblica.

O Templo era, já naquela época, uma alegoria para o templo interior, pois Deus não permitiu que David, que tinha sangue nas mãos o construísse, já assinalando que a construção do templo depende de uma condição interior. Mais uma vez vemos que toda a estória do templo é uma alegoria que abre espaço para infinitas explicações e lições. A Maçonaria agregou muitos outros conhecimentos ao longo de sua História e necessitou realizar muitas adaptações. A existência e formas reais do templo são irrelevantes ante sua mensagem rica ao povo de Israel e a maçonaria universal.

Possamos nós, construir um templo interior digno de ser habitado por Deus!


Bibliografia 
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