A vida virtuosa: 5 - Frugalidade

 A vida virtuosa: Frugalidade
 

Não faça despesas a não ser fazer o bem aos outros ou a si mesmo; ou seja, não desperdice nada.

 

Aqueles que acompanham este Blog sabem que estou traduzindo esta série sobre as virtudes de

Franklin; qual não foi minha surpresa ao ver que o autor original não havia feito um artigo sobre a frugalidade.  Ora, não sei porque ele fez isso, mas achei que devia completar a sequência e falar sobre esta virtude.

 Em um primeiro momento ela pode lembrar a temperança, mas não é exatamente a mesma coisa.  Muitas pessoas também confundem ser frugal com ser mesquinho, ser avarento, ser pão-duro. Não é isso! São coisas distintas e completamente diferentes em significado. Ser frugal passou a ter um conceito equivocado a partir da segunda metade do século XX, quando o consumismo passou a ganhar força, e a ideia de que “quanto mais, melhor”, passou a imperar em nossa sociedade.

Ser frugal significa ser uma pessoa que valoriza aquilo que já tem, que não desperdiça seus recursos materiais, sejam eles em vasta quantidade ou em baixa quantidade. Significa dar valor a aquilo que já possui, procurando extrair o máximo de utilidade das coisas ao seu redor. Você pode ter um gadget, digamos, um smartphone de última geração, e ser uma pessoa frugal. Como? Extraindo o máximo de suas funções, aproveitando cada bit e byte armazenado em sua memória, e os recursos disponibilizados, como função mp3, relógio, GPS, conexão WiFi e assim por diante.

Talvez por isso se confunda com temperança; mas frugalidade é usar ao máximo o que se tem e não desperdiçar, enquanto temperança é ser contido em seus desejos e prazeres. A frugalidade nos fala de investir em nossos prazeres e não no consumismo, e a temperança nos fala de não exagerar nestes prazeres.

Quando você consome menos e dá mais valor e utilidade àquilo que já tem, você se preocupa menos em ter mais, e mais em ser mais. Você vive uma vida de equilíbrio: nem pouco, nem muito, mas sim o suficiente – e um pouco mais. Você investe naquilo que te dá mais prazer e satisfação, você prioriza aquilo que é importante para você, independentemente do que os outros pensem ou ajam. Consequentemente, sua independência financeira vem alguns anos mais cedo, pois você acaba percebendo, aos poucos, que não é acumular e gastar dinheiro que é mais importante, mas sim acumular e gastar mais tempo e mais energia nas coisas e fatos que realmente lhe fazem bem é que importam. 

A frugalidade também tem um teor espiritual. Os franciscanos, por exemplo, ou os monges budistas. Também tem a ver com a proteção ao meio-ambiente, em um espectro mais amplo. Quando você repensa o consumo, impacta na produção, que impacta em toda uma cadeia de extração e exaustão dos recursos naturais. Frugalidade nos faz pensar sobre o que realmente necessitamos e com isso nos ajuda a focar. Assim podemos lembrar que nada do que temos irá conosco para o oriente eterno; assim não seria melhor investir naquilo que somos?

 

Porque a realidade é …

·         O dinheiro não compra felicidade ou contentamento.

·         O dinheiro não é igual à realização ou sucesso.

·         O dinheiro não resolve seus problemas emocionais.

·         O dinheiro não lhe dá um propósito.

 

Mas como podemos buscar a frugalidade de maneira prática? A seguir trazemos 5 passos que encontramos no site Minimus Life (ao qual damos os créditos e agradecemos):

 

1. Conheça seu próprio dinheiro

Parece insensível, certo? Mas o que quero dizer com isso é que você tem que saber quanto dinheiro você tem.

Se seus ganhos variam, então tenha uma estimativa média. Além disso, saiba o quanto você gasta todos os meses.

Criar um gráfico simples com todas as suas despesas e contas mensais é uma ótima maneira de ver a diferença entre o que está entrando e o que está saindo.

É tão importante ter esse conhecimento de linha de base porque, sem uma ideia do que você está trazendo em relação ao que está gastando, será quase impossível configurar um orçamento bem-sucedido.


2. As despesas e os investimentos são diferentes


Aqui está a linha inferior: investir é quando você coloca seu dinheiro em um bem tangível; O gasto é usar seu dinheiro em algo que provavelmente se depreciará em valor e nunca proporcionará nenhum benefício a longo prazo.

Comprar uma casa (dentro de seus meios) em um bairro desejável é um bom investimento. Mas a compra da versão mais recente do seu telefone apenas porque tem características extras, mesmo que seu antigo esteja perfeitamente bem, é gastar por gastar.

E ei, está certo gastar de vez em quando, mas é importante que você conheça a diferença e acompanhe o dinheiro que gastou.


3 . Automatize seu dinheiro

Os bancos tornam mais fácil economizar, bem como destinar fundos para pagamentos mensais essenciais, como empréstimos hipotecários ou estudantis.

Aproveite a operação bancária automatizada ao fazer com que seu banco retire um montante fixo do seu pagamento mensalmente para comprometer-se com a poupança e outros pagamentos necessários.

Por exemplo:

Digamos que eu tenha comprado uma casa e pague uma prestação de R$ 800 por mês, eu programo uma retirada de R$ 400 de meu salário a cada duas semanas e o coloco em uma conta de poupança separada.

Então, no final do mês, faço meu pagamento  diretamente dessa conta. Eu nunca vejo o dinheiro, então eu não sinto falta, e não fico sem dinheiro para o pagamento da minha casa. Isso torna as coisas muito mais fáceis.


4. Viver de acordo com seus meios

Se você está vivendo dentro de seus meios, você está em boa forma. Mas você seria ainda melhor se começasse a encontrar maneiras de viver abaixo de seus meios.

Ao viver abaixo dos seus meios, você poderia ter esse dinheiro extra para, quem sabe, fazer investimentos. E, ao fazer isso, você finalmente se permitirá aproveitar a criação de riqueza a longo prazo.


5. Foque na qualidade

Às vezes, pode haver este equívoco de que a frugalidade significa sempre ter que obter o menor preço. Mas realmente, é mais sobre obter o melhor valor para o seu dinheiro suado.

Gastar um pouco mais para uma melhor qualidade provavelmente acabará economizando dinheiro no longo prazo porque você não terá que substituir esse item com frequência.

 

Encerrando, deixamos alguns sites que falam mais sobre o assunto e um vídeo sobre vida minimalista (sinônimo de frugal neste sentido). Aguardamos você em nossa próxima virtude, a Industriosidade.




Valores Reais

Vida Organizada


Leia o resto da série das 13 virtudes

A medida que publicarmos cada módulo desta série iremos colocar aqui abaixo o respectivo link. 
É sempre um bom dia para começar a ser virtuoso. 


Tradução: Paulo Maurício M. Magalhães

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