Porque Estamos aqui?

Porque estamos aqui?


Traduzido de Masonic Society


A condição humana: representaas características, eventos-chave e situações que compõem o essencial da existência humana, como nascimento, crescimento, natureza emocional, aspiração, conflito e mortalidade”. Um elemento-chave foi deixado de fora desta definição tirada da Wikipedia: criação. O ser humano nasceu para criar. Morremos esperando ter criado o suficiente. Os humanos nasceram para construir, ajustar, renovar, melhorar, nascer, cuidar, cultivar – para criar.

Esta pode ser a percepção geral dos leitores aqui, mas estamos todos em busca do "sentido da vida". Porque estamos aqui? Se você é Neil Peart, a resposta é “porque estamos aqui? Tente a sorte!" (Roll the bones, uma expressão em Inglês. N do T). Se você é Jung, diria que é para “realizar uma visão”. A Bíblia (Isaías 43:7) nos diz que o propósito da existência do homem é “glorificar a Deus”. 

Dor, frustração, fraqueza e caos são o resultado da falta de propósito em nossas vidas, ou de não ter um objetivo pelo qual nos esforçamos. Chegamos à Mesa do Mundo com expectativas, complicações e bagagem. Quando estamos prontos para criar algo, tropeçamos. O que estamos fazendo aqui na Terra neste momento e lugar? Nós pensamos demais na pergunta. Nosso propósito é criar. É realmente muito simples.

CRIAÇÃO

TODOS os exemplos acima podem ser sintetizados na criação. De bebês à empresas, da comunidade ao caos e às reservas de dinheiro – os humanos não podem deixar de construir algo. Mesmo que seja uma pilha de latas de cerveja ao lado do sofá, enquanto relaxamos estamos construindo. Nossas mentes querem tornar as coisas melhores, maiores, mais rápidas, mais altas, mais agradáveis, mais caóticas, diferentes e novas. Construímos drogas melhores, carros mais rápidos e prédios mais altos. Pense com cuidado, quando você *não* está criando? Até mesmo seu corpo está criando enquanto você dorme.

Uma conversa recente com alguns amigos envolveu discutir os atributos de avatares, arquétipos e virtudes. Isso foi em conjunto com uma pergunta feita a uma platéia: Você quer ser Deus?

Que pergunta audaciosa! Eu quero ser Deus ou um Deus? Ah, não. A arrogância derrubou muitos homens e mulheres, e não tenho desejo de experimentar essa dor. Isso me trouxe de volta à questão de “por que estou aqui, então?” Tendo pensado nisso com frequência, acho difícil destilar uma vida inteira de pensamentos em uma pergunta tão simples. Estou aqui para ser um deus, ou O Deus? A resposta à isso é um firme “não” em minha mente. A própria ideia me faz estremecer. Estou aqui para ser um ser humano: a melhor expressão da minha própria forma de ser humano que posso ser. Sim é isso. Muito firme “não” na coisa de “deus”. E então os pensamentos mesquinhos, pequenos e repetitivos de humanidade e divindade não me deixariam em paz.




O que é um “deus”? Para Webster, é: “um ser ou objeto que se acredita ter mais do que atributos e poderes naturais e que requer adoração humana; especificamente: um que controla um aspecto particular ou parte da realidade (do livro Deuses gregos do amor e da guerra).” Curiosamente, se a inicial for maiúscula, significa “a realidade suprema ou última”. Uau. Espere. Então deus NÃO é, necessariamente, uma pessoa? Então, alguém que é um “deus” controla parte da realidade, mas Deus controla toda a realidade. Deuses e deuses criam realidades. Eles criam.

Se nosso desejo é criar, nossa própria necessidade de existência é criar, e Deus é comumente conhecido como “o criador, o controlador da realidade”, [por assim dizer] estamos tentando ser como Deus? Estamos tentando SER deuses? Parece que nós humanos não fazemos nada além de tentar criar e viver em nossas próprias realidades. Em Gênesis 1:26 a 28, a Bíblia fala sobre Deus fazendo a humanidade à “sua” imagem, e “ele os fez homem e mulher”.

Vamos deixar de lado a pluralidade disso por enquanto, mas a divinização existe há 2.000 anos como um conceito cristão. No século II, Irineu, bispo de Lyon (c. 130-202), disse que Deus “tornou-se o que somos para nos fazer o que ele mesmo é”. Irineu também escreveu: “Se o Verbo se tornou homem, foi para que os homens se tornassem deuses”.


DESTINO

Talvez não tenhamos escolha. Nosso destino como espécie é nos tornarmos deuses, ou semelhantes a Deus. Ou até mesmo nos reintegrarmos a Deus. Estamos inevitavelmente indo para lá, através de nossa experiência de criação, seja ela qual for. Por mais ginástica mental que façamos via teologia, psicologia, astronomia ou astrologia, tudo acaba no mesmo destino: vivemos, criamos e morremos para encaminhar a espécie humana para retornar ao seu lar divino. 


Estamos criando nossas realidades. Nós controlamos nossa realidade. As pessoas atribuem tal reverência, deferência, temor e glória ao termo Deus; Acho, no entanto, que é a mesma coisa com
sorvete e cachorrinhos, dinheiro e fama: é uma lente humana vendo e interpretando, mas simplesmente fica aquém. Há uma lente cor-de-rosa cobrindo nossa ideia de Deus, via religião ou não, e essa cor rosa torna tudo bonito. E se simplesmente for só isso, e fizermos parte do “Isso?” Podemos categorizar como Arquétipos ou manifestar como avatares ou incorporar ideais e, no final, criamos o que quer que seja nosso próprio aspecto especial do Divino. A voz individual de Deus ou o que quer que você entenda que ele seja, torna-se uma pintura, uma música, uma criança, um poema, um lar, uma organização, uma comunidade ou uma nova maneira de pensar.

A conversa acima mencionada inevitavelmente se transformou em algo como “Bem, ou devemos ser deuses ou não, e daí?” Se devemos nos tornar expressões mais elevadas de nós mesmos, então isso é ótimo. Mas estamos perdidos. O ponto é... A humanidade está em constante mudança. Talvez não iríamos tão longe a ponto de dizer “evoluindo”, mas talvez isso esteja errado. Talvez a tal evolução não seja uma “coisa” consciente. Ou seja, evoluímos, independentemente do que pensarmos sobre isso. Não se trata de estar consciente de evoluir; não é nem mesmo sobre a evolução da consciência.

A espécie humana continua a avançar através da criação. A evolução será um reflexo dessa criação. Acho que podemos ter que esquecer o quê (evolução em si) e trabalhar em direção às criações que estão dentro do nosso aspecto de “retorno ao divino".

Em outras palavras, se meu dom “dado por Deus” é a fala, então fale. Fale o melhor que voce puder, busque causar um impácto positivo no mundo a sua volta.  Inspire pessoas. Encontre aquele verdadeiro pedaço de Deus dentro de você e faça-o frutificar.  Esqueça a fama e a aprovação: faça o melhor que puder, não importa o que seja.


LEGADO

Na verdade, não é esse o Legado que estamos deixando para nossos descendentes? Para os Humanos que nos seguem, estamos deixando o que criamos, sejam mais humanos ou mais livros, belas artes, os ecos da música ou belos jardins. Talvez propiciemos que uma vida seja  salva porque nos importamos o suficiente para escrever as políticas para a Cruz Vermelha que permitiram que isso acontecesse ou porque operamos o equipamento de som que gravava os discursos de Martin Luther King. 

É a diferença entre alguém encontrar um novo caminho a seguir porque você dedicou um tempo para trazer seus dons para uma organização, como a Maçonaria, ou não encontrar nenhum tipo de luz orientadora. Talvez o fizessem, eventualmente através de alguma outra organização ou grupo; ainda assim, não seria o mesmo, não é?

Ou talvez fosse  diferente, e ainda assim lançaria uma virada diferente na evolução da Humanidade. A melhor expressão de quem somos são as criações à que nós dedicamos nossos talentos, sejam eles quais forem. Como a luz em um prisma, somos cores individuais que se juntam para formar um todo. A ideia é que contribuímos com as qualidades divinas que temos para tecer um todo que ajude nossos descendentes a se aproximarem de uma melhor expressão das qualidades divinas, e assim por diante.

Por mais estranho que seja, talvez seja isso que nossos ancestrais estavam tentando dizer quando disseram que "Deus fez os humanos à sua imagem", e Deus se tornou “Palavra” para que pudéssemos entender como era ser Deus. Em nossa capacidade limitada como seres humanos, em um mundo mortal, vemos apenas parte do todo.

Semelhante ao funcionamento de uma Loja Maçônica, onde muitos desempenham seus papéis, mas apenas um pode ver o TODO, nós humanos somos muitos. Somos parte do Todo, mas ainda não conseguimos vê-lo. Não podemos alcaçar esta percepção até que chegue a hora certa. Quando for a hora para nosso eu individual? Não! Apenas quando for a hora de Todos. Aí podemos avançar em conjunto. Nosso progresso é medido em épocas. Quando o relógio da evolução bater, não parecerá evolução, mas o caminho natural que sempre deveria ter sido.





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