Quem foi Prince Hall
O que é a Maçonaria Prince Hall?
Aproximadamente metade das jurisdições regulares das Grandes Lojas nos Estados Unidos (assim como outras no Canadá e em outras partes do mundo) têm o nome de Prince Hall, um homem do século 19 com influência na Maçonaria até hoje.
Quem foi Prince Hall?
Ele foi um abolicionista, um herói da Guerra Revolucionária e o criador da Maçonaria do Príncipe Hall.
Início da vida e escravidão
Quanto mais cedo na vida de Hall se mergulha, mais obscuros se tornam os detalhes de seu passado.
Por exemplo, não sabemos ao certo onde / quando ele nasceu nem quem eram seus pais; estima-se que ele nasceu entre 1735 e 1738. Embora nascido livre, foi feito escravo de 1749 a 1770 por William Hall; embora tecnicamente legal, ele sempre foi contabilizado e considerado um homem livre por seus contemporâneos. Ele foi libertado um mês após o Massacre de Boston.
Ativismo abolicionista
Hall encorajou seus pares (livres e escravos) a lutar pela independência americana, esperando que o envolvimento de afro-americanos levasse à liberdade para todos.- Ele próprio serviu no Exército Continental e acredita-se que tenha lutado em Bunker Hill.
- Ele também fez progresso político para acabar com a escravidão, melhorar e proteger os direitos dos afro-americanos.
- Ele fez campanha para que escolas para crianças negras fossem estabelecidas em Boston.
Em 1787, Hall peticionou sem sucesso à legislatura de Massachusetts para enviar os negros de volta à África, onde poderiam ser totalmente livres e servir como parceiros comerciais.
Mais tarde naquele ano, a petição de Hall para o financiamento de escolas públicas negras foi negada, e assim permaneceu até 1796, quando Boston aprovou seu pedido para financiar escolas negras, mas disse que elas não tinham um prédio; Hall, portanto, deixou a escola funcionar em sua casa.
Em 1788, Hall também ajudou Massachusetts a aprovar legislação proibindo o comércio de escravos e punindo os envolvidos nele.
Maçonaria
Em 6 de março de 1775, Prince Hall foi iniciado com quatorze outros homens de cor na Loja No. 441 em Boston Harbor, MA.
Esta é a primeira ocasião conhecida de homens negros serem iniciados na Maçonaria americana.
Esta loja, sendo uma loja militar irlandesa que tinha viajado com a 38ª infantaria britânica, deixou Boston no ano seguinte devido ao conflito entre a América e a Inglaterra; pouco antes desta partida, esses quatorze homens receberam uma permissão do Venerável mestre para se reunirem como uma loja; mas não tinham o direito de conferir grau a outras pessoas.
Esta se tornou a chamada Loja Africana nº 1, que foi organizada em 3 de julho de 1776 com Prince Hall como seu venerável.
Em 2 de março de 1784, esta loja enviou uma petição à Grande Loja da Inglaterra por uma carta constitutiva de modo que pudesse organizar uma loja regular e, portanto, ter todos os poderes e direitos pertinentes a ela (incluindo o iniciar novos membros).
A Grande Loja da Inglaterra respondeu emitindo uma carta patente em 29 de setembro de 1784 para este grupo, designando-o como Loja Africana No. 459.
Devido à prosperidade e crescimento desta loja, ela logo se tornou a primeira Grande Loja Provincial Negra em 1791, com o Príncipe Hall como seu Grande Mestre Provincial.
Em dezembro de 1808, três das lojas “africanas” se reuniram para organizar a Grande Loja africana.
Em 1827, a Grande Loja Africana declarou sua independência da Grande Loja Unida da Inglaterra e de todas as outras lojas. Em 1847 e em homenagem à influência que Hall teve na sociedade, o nome de Grande Loja Africana foi mudado para Grande Loja Príncipe Hall.
Controvérsia inicial das Grandes Lojas do Prince Hall
De acordo com a “Enciclopédia of Freemasonry” do Dr. Albert Mackey (sob a entrada "Lojas negras"[SIC], como eram comumente chamados na época), a legalidade maçônica de todas as lojas e grandes lojas provenientes da Grande Loja africana (e posteriormente da Grande Loja Príncipe Hall) estava em questão pelos seguintes motivos:
“O assunto Lojas de pessoas de cor (SIC) ... foi por muitos anos uma fonte de agitação nos Estados Unidos, não por causa, geralmente, da etnia dos membros dessas Lojas, mas por causa da suposta ilegalidade de suas Cartas Constitutivas. A história de sua organização foi exaustivamente investigada, muitos anos atrás, pelo irmão. Philip S. Tucker, de Vermont, e Charles W. Moore, de Massachusetts, e o resultado é dado aqui, com a adição de certos fatos derivados de uma declaração feita pelos oficiais da Loja em 1827.
“O Irmão Price Hall e outros treze afrodescendentes foram feitos maçons em uma Loja militar do Exército Britânico, então em Boston, em 6 de março de 1775. Quando o Exército foi retirado, esses maçons pleitearam à Grande Loja da Inglaterra para uma Carta constitutiva.
Após a morte de Hall e seus colegas, aos quais a Carta foi concedida a primeira carta, a Loja, por falta de alguém para conduzir seus negócios, caiu em suspensão ou, para usar a frase técnica, ficou adormecida. Depois de alguns anos, foi reavivada, mas por quem, ou sob qual processo da lei maçônica, não foi declarado, e a informação do reavivamento foi dada à Grande Loja da Inglaterra, mas nenhuma resposta ou reconhecimento foi recebido daquele corpo.
Depois de alguma hesitação, eles chegaram à conclusão, como eles próprios declararam, que “com o conhecimento que já possuíam sobre a Maçonaria, e como pessoas por si mesmas, eles deveriam ter direito de ser, livre e independente de outras Lojas.”
Consequentemente, em 18 de junho de 1827, eles emitiram um protocolo, no qual diziam: "Nós nos declaramos publicamente livres e independentes de qualquer Loja a partir de hoje, e nós não seremos tributários ou governados por qualquer Loja, exceto a nossa.” Eles logo depois assumiram o nome de “Grande Loja Prince Hall”, e emitiram Cartas constitutivas para suas lojas subordinadas, e daí procederam todas as Lojas Prince Hall que existem nos Estados Unidos.
Admitindo-se a legalidade da Carta Inglesa de 1784 - observamos que já havia uma autoridade maçônica em Massachusetts sobre cujas prerrogativas de jurisdição tal Carta já constituía uma invasão de território.
Não se pode negar que o auto renascimento não reconhecido de 1827, e a subsequente assunção dos poderes de uma Grande Loja eram ilegais e tornavam clandestinas tanto a Grande Loja do Príncipe Hall quanto todas as Lojas que dela emanavam. E esta tem sido a opinião unânime de todos os juristas maçônicos da América.
No entanto, a Maçonaria se espalhou entre os afrodescendentes e agora eles têm Lojas e Grandes Lojas na maioria dos estados e no Canadá e na Libéria. Como eles usam emblemas de todos os outros corpos, é presumível que os possua também.
Apesar dessa percepção inicial e tumultuada da questão, a maioria das Grandes Lojas Estaduais e as Grandes Lojas Prince Hall se entenderam e hoje tem reconhecimento mútuo de regularidade e laços de companheirismo.
Ainda existem alguns lugares no Sul dos Estados Unidos onde o reconhecimento é negado (seja pela Grande Loja do Estado ou pela Grande Loja Prince Hall) e / ou existem em caráter experimental ou temporário.
Morte
Prince Hall morreu em 4 de dezembro de 1807, apenas dois meses antes do fim formal e definitivo do comércio de escravos em 1 de janeiro de 1808.Ele morreu como dono de uma propriedade com plenos direitos de voto.
Conclusão
Hoje, existem mais de 45 jurisdições de Grandes lojas que remontam sua autoridade a esta primeira Grande Loja Prince Hall e mais de 5.000 lojas sob essas jurisdições.
Existem poucos homens na história que tiveram uma influência tão profunda na sociedade em geral (e na Maçonaria em particular) como o Prince Hall.
Ele era realmente um tesouro e digno de ser chamado de “Irmão”.
